Apologética



Espiritismo – Parte 02 – Histórico do antigo e moderno espiritismo


Em 1848, houve um recrudescimento do espiritismo no sítio de Hydesville, perto da cidade de Arcádia, Condado de Wayne, Estado de Nova York, nos Estados Unidos. A família Fox alugou uma casa tida como assombrada. Aí residia a família do Dr. João Fox, constituída pela Sra. Margarida Fox, esposa do Dr. João, e as filhas Margarida, cujo apelido familiar era Maggie, e Catarina, apelidada Katie. O casal Fox tinha dois filhos que moravam fora da casa paterna: David e Ana Leah (ou Lia), que era mais velha do que Maggie, 23 anos. Era um lugar muito pobre de casas e de humilde aspecto, geralmente construídas de madeira. Seus pais eram metodistas. Notava-se que naquela residência acontecia algo de anormal que obrigava os seus moradores a mudar-se. O último inquilino antes da família Fox fora um homem chamado Miguel Weekman, em 1847, tendo várias vezes ouvido baterem à porta e quando ia ver quem era não encontrava ninguém, isso ocorrendo repetidamente. Como essa cena se repetia constantemente, aborrecido, mudou-se de casa. Na referida casa, passou a habitar a família Fox: pai, mãe e as duas meninas – Katie com 12 anos e Maggie com 15. Neste mesmo ano a casa era novamente perturbada por estranhas manifestações; ruídos inexplicáveis faziam-se ouvir com tal intensidade que a família não conseguia repousar. Freqüentemente esses fenômenos pareciam vir do quarto onde dormiam as duas irmãs. Mesmo quando o quarto estava fechado, percebia-se ali o movimento de objetos, móveis que arrastavam, mesas e cadeiras que giravam. Chamados os vizinhos, eles foram testemunhas dos mesmos fenômenos. Todos os meios de vigilância foram colocados em ação para descobrir de onde procediam aquelas batidas, e tudo foi inútil. Não se pôde descobrir a causa real daquelas manifestações, apesar das numerosas pesquisas. A família percebeu que a causa produtora era inteligente, pois, certa noite, quando Katie comentava com sua mãe tais coisas, procurou imitar com estalar de dedos aqueles sons misteriosos e para surpresa delas, de súbito, os mesmos estalos se reproduziram e em número igual. Surpreendida e, curiosa, Katie repetiu os estalos e os mesmos se fizeram ouvir de novo. A senhora Fox pediu ao misterioso visitante que contasse até dez. Ouviram dez pancadas! Perguntou-lhe qual era a idade de cada uma de suas filhas, obtendo resposta exata. Por meio de outras perguntas, verificou tratar-se de um espírito que respondia afirmativamente, dando dois toques e negativamente dando um toque.

Desta maneira, foram informadas que o tal espírito era a alma de Carlos Ryan assassinado naquela casa e que fora enterrado na despensa. A notícia de que era possível falar com os mortos por intermédio de seu espírito logo se espalhou e a casa da família Fox começou a ser freqüentada pelos vizinhos, que ali iam passar noites em consulta ao espírito. Em vista do crescente progresso espírita, a família decidiu se mudar de cidade, transferindo-se para Rochester. Após quatro meses nesta cidade, resolveram mudar-se para Nova Iorque.

Os investigadores dessas manifestações notaram que o fenômeno só se produzia na presença da jovem Katie Fox, atribuindo-lhe um certo poder que vieram a chamar de mediunidade.

Certa noite, sentada em volta de uma mesa, estava a senhora Fox conversando com outras duas pessoas, quando de súbito a mesa se agita e se eleva no ar. Uma das pessoas presentes deu ordem à mesa, e a movimentação cessou. Lia logo atribuiu aos espíritos a locomoção espontânea da mesa.

Lia, a irmã mais velha, com suas irmãs, teve a idéia de invocar outros espíritos e assim muitos dos que assistiam àquelas sessões espíritas foram levados pela curiosidade ou pelo desejo de também se tornarem célebres a repetir, por conta própria, as experiências e as evocações dos espíritos, de tal modo que pela América do Norte as sessões espíritas se foram multiplicando rapidamente.

Essas meninas se tornaram médiuns e durante 30 anos produziram fenômenos que se tornaram conhecidos em várias partes do mundo. No dia 21 de outubro de 1888, a Sra. Margareth Fox Kane realizou pela primeira vez seu intento de, com os próprios lábios, denunciar publicamente o espiritismo e seu séquito de truques. Apresentou-se à Academia de Música de Nova York perante numerosa e distinta assembléia e, sem reservas, demonstrou a falsidade de tudo quanto no passado fizeram sob o disfarce da mediunidade espírita:

A Sra. Maggie (Margarida) manteve-se em pé sobre o palco. Tremendo e possuída de intensos sentimentos, fez uma aberta e extremamente solene abjuração do espiritismo, enquanto a Sra. Catharine Fox Jencksen assistia de um camarote vizinho, dando, por sua presença, inteiro assentimento a tudo que a irmã dizia (The World, 22.10.1888, citado no livro “O Espiritismo no Brasil”, p. 444).

Desta maneira, o espiritismo assumia sua feição definitiva.

MONUMENTO AO ESPIRITISMO MODERNO

O Congresso Internacional de Espiritismo reunido em Paris no ano de 1925 aprovou unanimemente a proposta de erigir um monumento comemorativo em Hydesville, nos Estados Unidos para comemorar as primeiras manifestações espíritas, que tiveram lugar a 31 de março de 1848, nas pessoas das então meninas Katie e Margareth Fox. O monumento recebeu a seguinte inscrição:

Erigido a 4 de dezembro de 1927 pelos espiritistas de todo o mundo, em comemoração das revelações do espiritismo moderno em Hydesville, Nova York, a 31 de março de 1848, em Homenagem à mediunidade, base de todas as demonstrações sobre que se apóia o espiritismo. A morte não existe. Não há mortos.

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