Diz J. Herculano Pires, no prefácio do livro “Vida e Obra de Léon Denis”, de Gastão Luce (Edicel, SP):
Léon Denis foi o consolidador do espiritismo. Não foi apenas o substituto e continuador de Allan Kardec, como geralmente se pensa. Denis tinha uma missão quase tão grandiosa quanto a do Codificador. Cabia-lhe desenvolver os estudos doutrinários, continuar as pesquisas mediúnicas, impulsionar o movimento espírita na França e no mundo, aprofundar o aspecto moral da doutrina e, sobretudo, consolidá-la nas primeiras décadas do século.
Nessa nova Bíblia (o espiritismo) o papel de Kardec é o de sábio e o papel de Denis é o de filósofo.
Nasceu em 1º de janeiro de 1846, em Foug, na Lorena francesa, e morreu em Tours, em 12 de abril de 1927, com a idade de 81 anos incompletos. Seus pais foram Anne-lucie e o mestre de pedreiro e ferroviário Joseph Denis.
Cursou as primeiras letras em Estrasburgo, mas interrompe os estudos para ajudar o pai, funcionário da Casa da Moeda; retorna em Bordéus, mas de novo os abandona para auxiliar o genitor, que agora serve na estrada de ferro de Moux; depois, em Tours, onde trabalha carregando cerâmica e estuda à noite. Dedica-se ao desenho, à geografia e à contabilidade. Preocupado com as questões filosóficas e religiosas, estuda com grande interesse a História e as Ciências Sociais, conhecimentos que aprofunda graças às numerosas viagens que faz pela França, Itália, Suíça, Espanha, Inglaterra e África (Tunísia). Seu encontro com o espiritismo se deu quando Léon tinha 18 anos de idade, lendo o “Livro dos Espíritos”.
Serviu como tenente na guerra de 1870, desastrosa para a França, e convidado para a vida política recusou, como também não se casou, pois entendia que seu tempo devia ser todo dedicado à doutrina, à sua missão, da qual os espíritos sempre lhe falavam.
Denis se encontrou algumas vezes com Allan Kardec e, como médium vidente e psicógrafo, recebia mensagens de Sorella (Joana D’arc), do Espírito Azul e de Jerônimo de Praga. Escreveu vários livros, entre eles:
“O Progresso” (conferências);
“O Por que da Vida”, (1885);
“Depois da Morte”;
“Cristianismo e Espiritismo” (1889);
“No Invisível” (1903);
“O Problema do Ser, do Destino e da Dor”;
“A Verdade sobre Joana D’arc” (1912);
“O Grande Enigma”;
“Resposta de um Velho Espírita a um Doutor em Letras, de Lyon”;
“O Mundo Invisível e a Guerra” (1919);
Participou de inúmeros congressos espiritualistas mundiais como:
Congresso Espiritualista Internacional de 1889, realizado no mês de setembro, em Paris; Congresso Internacional de 1900, realizado também em Paris, no mês de setembro, do qual Léon Denis foi nomeado presidente efetivo; Congresso de Liège, na Bélgica, realizado em 1905, cuja presidência de honra coube a Denis; Congresso Espírita Universal de Bruxelas, realizado de 14 a 18 de maio de 1910, ao qual Denis compareceu como delegado da França e do Brasil; Congresso de Genebra (II Congresso Espírita Universal), realizado em 1913, em maio, do qual participaram Denis e Gabriel Delanne; III Congresso Espírita Internacional, realizado em 1925, em Paris, de que foi presidente, aos 80 anos de idade, a pedido de seus guias espirituais, Jerônimo de Praga e Joana D’arc.
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