Apologética



Judaísmo – Parte 09 – Festividades judaicas.


9. 1 – AS FESTAS DA PEREGRINAÇÃO

Três vezes no ano me celebrareis festa (Êx 23.14). Quando o templo ainda estava em pé, os judeus faziam peregrinação a Jerusalém para fazer oferendas nas três festas: Pessach, Shavuot e Sucot. Os que viviam fora de Israel tinham de vender parte de sua colheita e enviar o dinheiro para comprar oferendas e ajudar a cuidar do Templo e dos sacerdotes. Agora que não há mais Templo, os judeus celebram essas festas em casa e na sinagoga.

9.2 – PÁSCOA (PESSACH)

Na primavera, um novo mundo nasce na terra, a terra verdejante, o brotar discreto, a grama verde nova. Este é o anúncio feito pela natureza. Para os judeus, a natureza e a História se unem para celebrar novos inícios.

O Êxodo tornou-se o foco da história judaica; a Redenção, o tema da teologia judaica.

A Páscoa em hebraico é chamada Pessach, que significa passar por cima. E uma referência ao relato da Torá sobre o anjo do Senhor que passou por cima das casas dos israelitas e, desse modo, só os primogênitos egípcios morreram.

É celebrada no mês de Alisam (março-abril). O trecho de Deuteronômio 16.1-4 mostra-nos como deve ser observada.

A Páscoa também é denominada festa do pão ázimo, pois celebra a ocasião em que os judeus saíram do Egito às pressas, sem tempo para esperar o pão fermentar e crescer.

A tradição cristã foi profundamente influenciada pela judaica. Jesus escolheu a noite antes da Páscoa para celebrar a Ceia do Senhor (Mt 27.62; Mc 15.42; Lc 23.54; Jo 19.31). Os primeiros cristãos judeus conectaram a morte a ressurreição de Jesus como a nova Páscoa de Deus. Em vez de trazer e morte sobre todos os pecadores, por causa de Cristo, Deus passa por cima dos pecados de todo o que está coberto com o sangue de Jesus, como o novo cordeiro pascal.

Assim falou o apóstolo Paulo sobre Jesus: Alimpai-vos, pois, do fermento velho, para que sejais uma nova massa, assim como estais sem fermento. Porque Cristo, nossa páscoa, foi sacrificado por nós (1 Co 5.7).

9.3 – A FESTA DAS SEMANA (SHAWOT)

Também chamada de festa do Pentecostes, pois se realizava após a Páscoa, se dava ao fim da sega do trigo, ou dia 6 do terceiro mês, Sivã (junho).

Esta festa comemora a ocasião em que a Torá foi dada ao povo no monte Sinai.

As sinagogas são decoradas com flores lembrando como o monte Sinai foi decorado por Deus para o milagre. É costume comer derivados do leite, como torta de queijo.

9.4 – A FESTA DOS TABERNÁCULOS

Também chamada festa das tendas, realizava-se de 15 a 22 do sétimo mês; Tisri, ou Etanim (outubro), (Lv 23.39-43).

Nela se constroem cabanas de folhas no jardim da casa ou próximo à sinagoga. Isso é feito em memória das tendas onde os judeus moravam durante sua peregrinação no deserto e do cuidado que Deus dedicou a eles. Também se celebra ações de graça pelas colheitas.

Foi a esta festa que os irmãos de Jesus se referiram quando insistiram com Ele para que seguisse para Jerusalém (Jo 7.1-9).

9.5 – OUTRAS FESTAS JUDAICAS

Existem muitas festas que não estão na Torá, mas que existem há centenas de anos. Analisemos algumas delas:

9.5.1 – O ANO-NOVO (ROSH HÁ- SHANÁ)

O significado de Rosh há-Shand é Cabeça do ano, trata-se do dia de Ano Novo do calendário judaico. E celebrado nos dois primeiros dias do mês de Tishai (setembro-outubro).

Esta festa lembra o momento em que teve início a criação do mundo. Nesse dia, cada um é convidado a refletir sobre o ano transcorrido e deixar o pecado para voltar-se a Deus. Na sinagoga, prevalece a cor branca, símbolo da penitência e pureza. Toca-se o shofar (chifre de carneiro) repetidas vezes para incitar ao arrependimento. Os dias que vão do Ano Novo ao Kippur lembram que o arrependimento do homem pode modificar a sentença do divino Juiz.

9.5.2 – O DIA DO PERDÃO (YOM KIPPUR)

O Yom Kippur é o dia mais santo do ano, o dia da expiação. É comemorado dez dias após o Rosh há-Shaná (Cabeça do ano). Os judeus se dedicam à confissão de pecados e a reconciliação com Deus. Neste dia, se lê a passagem que se comenta sobre o jejum de Isaías 58.5-7.

Passam de crepúsculo a crepúsculo sem provarem comida ou bebida.

Vale observar que o perdão é uma realidade espiritual, que só pode partir de Deus. Se o indivíduo não se arrependesse não seriam os sacrifícios e os jejuns que iriam purificá lo. Tudo isto prefigurava o sacrifício de Cristo. E o que é perfeito já veio e a expiação se cumpriu totalmente na pessoa de Jesus Cristo. Assim sendo, não é mais necessário observar se esse símbolo.

9.5.3 – FESTA DAS SORTES (PURIM)

Realizava se nos dias 14 e 15 do décimo segundo mês Adar (março).

Esta festa anual é uma alegria derivada de uma das mais pavorosas e graves situações ocorridas na história judaica.

O dia anterior a Purim é um dia de jejum, mas um jejum menor, observado apenas entre o nascer e o pôr do sol, denominado jejum de Ester. Segundo o livro de Ester, foi este dia que Haman, o primeiro ministro da Pérsia, havia designado para o assassinato de todos os judeus do reino da Pérsia. A rainha Ester, que era judia, convocou todos os judeus a jejuar com ela e, assim, evitou o mau decreto. Alguns estudiosos levantam a hipótese de que a Festa dos Judeus, mencionada em João 5.1, seja uma referência ao Purim, mas isso é pouco provável.

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