Observe o leitor a parábola de Jesus e o Candomblé, citação da Folha de S. Paulo (16/7/97), o que vemos é um reflexo da cristologia inadmissível, resultante do sincretismo.
Certa vez, Jesus reuniu os discípulos e disse: ‘Quando vocês forem anunciar o Reino, não devem levar dinheiro nem comida, mas devem confiar no povo. Chegando a um lugar, se vocês forem acolhidos, e o povo partilhar comida e casa com vocês, e se vocês participarem da vida deles trabalhando e tratando dos doentes e do pessoal marginalizado, sem voz nem vez, então podem dizer ao povo com toda a certeza: Gente! Olhe aqui! O Reino está chegando! Está Chegando!’. E eles foram.
Jesus também foi. Andou, andou. Já era quase noite. Estava começando a escurecer, quando chegou a um terreiro. O pessoal que entrava, saudava e dizia: ‘Boa Noite, Jesus! Entre e sinta-se em casa. Participe com a gente’. Jesus entrou. Viu o pessoal reunido. A maioria era pobre. Alguns, não muitos, da classe média. Todo o mundo dançando, alegremente. Havia muita criança no meio. Viu como todos eles se abraçavam entre si. Viu como os brancos eram acolhidos pelos negros como irmãos. Jesus, ele também, foi sendo acolhido e abraçado. Estranhou, pois conheciam o nome dele. Eles o chamavam de Jesus, como se fosse amigo e irmão de longa data. Gostou de ser acolhido assim.
Viu também como a mãe-de-santo recebia o abraço de todos e como ela retribuía, acolhendo a todos. Viu como invocavam os orixás e como alguns vinham distribuindo passes para ajudar aos aflitos, aos doentes e aos necessitados. Jesus também entrou na fila e foi até a mãe-de-santo. Quando chegou a vez dele, abraçou-a, e ela disse: ‘A paz esteja com você, Jesus’. Jesus respondeu: ‘Com a senhora também’. E acrescentou: ‘Posso fazer uma pergunta?’. E ela disse: ‘Pois não, Jesus!’. E ele disse: ‘Como é que a senhora me conhece? Como é que eles sabem o meu nome?’. E ela disse: ‘Mas, Jesus, aqui todo mundo conhece você. Você é muito amigo da gente. Sinta-se em casa, aqui, no meio de nós’.
Jesus olhou para ela e disse: ‘Muito obrigado!’. E continuou: ‘Mãe, estou gostando, pois o Reino de Deus já está aqui no meio de vocês!’. Ela olhou para ele e disse: ‘Muito obrigada, Jesus! Mas isso a gente já sabia. Ou melhor, já adivinhava! Obrigado por confirmar a gente. Você deve ter um orixá muito bom. Vamos dançar, para que ele venha nos ajudar!’. E Jesus entrou na dança. Dentro dele, o coração pulava de alegria. Sentia uma felicidade imensa e dizia baixinho: ‘Pai, eu te agradeço, porque escondeste essas coisas aos sábios e entendidos, e as revelastes ao povo humilde aqui do terreiro. Sim. Pai, assim foi do teu agrado!’. Dançou um tempão. No fim, comeu pipoca, cocada e batata assada com óleo de dendê, que o pessoal partilhava com Ele. E, dentro dele, o coração repetia, sem cessar: ‘Sim, o Reino de Deus chegou! Pai, eu te agradeço! Assim foi do teu agrado!’. – Frei Carlos Mesters.
O que faria realmente Jesus? Comungaria com o descrito acima, ou reagiria como citado em Jo 2.13-17? As Escrituras finalizam nos capítulos 21 e 22 de Apocalipse, enfatizando novamente a seriedade de envolvimento com qualquer espécie de espiritismo: Mas, quanto aos tímidos, e aos incrédulos, e aos abomináveis, e aos homicidas, e aos fornicadores, e aos feiticeiros, e aos idólatras e a todos os mentirosos, a sua parte será no lago que arde com fogo e enxofre; o que é a segunda morte (Ap 21.8) (destaque nosso). Ficarão de fora os cães e os feiticeiros, e os que se prostituem, e os homicidas, e os idólatras, e qualquer que ama e comete a mentira (Ap 22.15) (destaque nosso).
O primeiro pecado registrado nas Escrituras envolve a mediunidade, e o último alerta enfatiza o mesmo assunto. Devemos incluir na preparação para a evangelização (1 Pe 3.15; Ef 6.15) tópicos que esclareçam assuntos pertinentes aos cultos afros, então poderemos contemplar os frutos. Depois destas coisas olhei, e eis aqui uma multidão, a qual ninguém podia contar, de todas as nações, e tribos, e povos, e línguas, que estavam diante do trono, e perante o Cordeiro, trajando vestes brancas, e com palmas nas suas mãos (Ap 7.9).
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