Apologética



Cristadelfianismo – Parte 04 – Origem e natureza de Jesus


Afirmam que Jesus tinha uma natureza pecaminosa. Esta semente da mulher seria temporariamente ferida pelo pecado, a semente da serpente. Quais as implicações desse ensino? Tendo uma natureza caída, Jesus teria conflitos internos. E é exatamente isso que afirmam: A resposta é que na cruz Jesus destruiu o poder do pecado nele mesmo. Para afirmarem tais conceitos, precisam dar uma definição diferente a respeito da origem e natureza de Jesus. Inicialmente negam a preexistência de Jesus. Afirmam que Jesus não teve nenhuma preexistência, se Jesus existiu, existiu na mente de Deus e não em pessoa. Confundem o leitor quando afirmam: A Lei de Moisés aponta para Cristo e os profetas profetizaram sobre ele, isto deveria ser prova suficiente de que Jesus não existiu fisicamente antes do seu nascimento. Aparentemente poderíamos concordar que Jesus realmente não existia fisicamente antes de seu nascimento. Afirmar tal idéia seria aceitar a falsa doutrina da reencarnação. Contudo, os cristadelfos insistem que todos seres espirituais, inclusive Deus, têm um corpo físico, ainda que celestial. Quando dizem que Jesus não teve um corpo físico antes de seu nascimento querem realmente dizer que Jesus não existia antes de seu nascimento: Nós vimos que nas Escrituras toda a existência – inclusive a de Deus – é existência em uma forma física, corporal. Por isso somos levados à conclusão de que na crença da “preexistência”, Cristo, de alguma forma, desceu fisicamente do céu e entrou no útero de Maria. Toda esta complexa teologia está bastante fora do ensino da Escritura. O relato do princípio da vida de Cristo não dá qualquer motivo para se pensar que Ele deixou fisicamente o céu e entrou em Maria.

Quanto à sua natureza, constroem o seguinte raciocínio: Sendo Maria ‘nascida de uma mulher’; com pais humanos comuns, deveria ter nossa natureza humana, impura, a qual ela transmitiu a Jesus, que foi nascido de mulher. Afirmam que Jesus recebeu de Maria uma natureza caída, mas procurou vencer a carne pelo espírito. Nesta busca agradou a Deus. Somente em sua ressurreição adquiriu uma natureza sem pecado, afirmam. É evidente que Cristo não tinha natureza de Deus durante a sua vida. Logo, ele era de natureza totalmente humana. Pela nossa definição de “natureza” deve estar claro que Cristo não poderia ter, simultaneamente, duas naturezas.

Como explicam os cristadelfos as passagens bíblicas que indicam a preexistência de Cristo? Afirmam que o desejo de ter um filho estava no plano de Deus desde o começo. Assim Deus pode falar e pensar sobre coisas que não existem, como se elas existissem. Por causa disto, Deus pode falar dos mortos como se estivessem vivos, e pode falar dos homens como se eles estivessem vivos antes de nascer. Isso é novamente explicado na página 155: Nós vimos que se diz dos profetas de Deus como se sempre existissem no sentido de que “a palavra” que eles pronunciaram existia com Deus desde o princípio.

Que espécie de pessoa era Jesus para os cristadelfos? Ele não tinha conhecimento completo de Deus, brilhando mais nele do que em nós21 (p. 167). Essa afirmativa é inválida. Jesus é claramente apontado como conhecedor de todas as coisas, sem necessidade de que alguém lhe ensinasse: E não precisava de que alguém lhe desse testemunho a respeito do homem, porque ele mesmo sabia o que era a natureza humana (Jo 2.25).

4.1 – JESUS TINHA NATUREZA PECAMINOSA?

Alguns têm afirmado que a cristologia dos cristadelfos concorda com o conceito cristão. Mas isso não ocorre. O livro “Princípios Bíblicos” afirma sobr o tópico: A Necessidade de Salvação de Cristo: Por causa da sua natureza humana, Jesus experimentou pequenas enfermidades, cansaço etc. da mesma forma que nós. Depreende-se disto que, se Ele não tivesse morrido na cruz, teria morrido de alguma outra forma, por exemplo, de idade avançada. Em vista disso, Jesus precisava ser salvo da morte por Deus.

Quanto à natureza pessoal de Cristo, afirmam ainda: É evidente que Jesus teve de fazer um esforço consciente e pessoal para ser justo; de modo algum ele foi forçado no fato dele ser apenas um fantoche. Ele tinha natureza humana, ele compartilhou cada uma das nossas tendências pecaminosas. Era vital que Cristo fosse tentado como nós, para que através da sua perfeita vitória sobre a tentação, Ele pudesse alcançar o perdão para nós. Os desejos errados que são a base das nossas tentações vêm de dentro de nós, de dentro da natureza humana. Logo, era necessário que Cristo tivesse uma natureza humana tal que Ele pudesse experimentar e vencer estas tentações.

Afirmam que Jesus tinha um conflito pessoal com o pecado: A resposta é que na cruz Jesus destruiu o poder do pecado nele mesmo, a profecia de Gn 3.15 é, primeiramente, sobre o conflito entre Jesus e o pecado.

Essas afirmações são heresias que têm entrado no universo evangélico. Os cristadelfos têm mantido estudos ‘bíblicos’ gratuitos que semeiam essas doutrinas. As Escrituras demonstram amplamente a preexistência de Cristo.

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