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O que há na Bíblia a respeito das profecias de Maomé?


É uma estranha pergunta para um muçulmano fazer, já que ele acredita que a Bíblia foi corrompida. Dizem os muçulmanos que havia muitas profecias na Bíblia a respeito da chegada de Maomé. Mas, após ele ter vindo, judeus e cristãos apagaram tudo quanto foi possível.

Ora, já que nossas traduções são baseadas em cópias manuscritas de séculos antes de Maomé, isso não pode ser verdade, mas o mito persiste.

E o que dizer das "profecias" que não foram apagadas? A Sura 61.6 diz: "Jesus, filho de Maria disse: 'Eu sou verdadeiramente o mensageiro de Deus para vós, confirmando o Tora, que veio antes de mim, e dou as boas-novas de um mensageiro que virá após mim, cujo nome será Maomé'".

Mas, em nenhum lugar na Bíblia, Jesus falou sobre essa pessoa! E, antes que se pergunte sobre João 14.16, que diz: "Eu pedirei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para permanecer convosco para sempre", podemos dizer: a palavra grega para Consolador é parakletos, cujo significado literal é: "alguém que permanecerá como advogado numa corte legal".

Os muçulmanos dizem que João, originalmente, escreveu periklytos, que, aparentemente, é a palavra grega para "um Bendito". Contudo, não há em João 14.16 ou em João 14.26 (onde o termo parakletos é novamente usado) a expressão periklytos, e é de se espantar como um argumento tão descabido pôde ser inventado.

No contexto de João 14, o Parakletos estará com os discípulos para sempre (v.16). Ele é o Espírito da Verdade (v.17), que nem é visto nem conhecido pelo mundo, mas é aquele que vive no interior dos crentes. E ele é o Santo Espírito, que relembrará aos cristãos tudo o que Jesus lhes ensinou (v.26). Será que alguma dessas coisas está se referindo a um ser humano, mais especificamente a Maomé?

Os muçulmanos reclamam, ainda, que Moisés veio do Sinai; Jesus de Seir; Maomé do Monte Paran; e as dezenas de milhares se referem a uma de suas batalhas em que lutaram com dez mil soldados! Essa interpretação estranha decorre dos seguintes versículos: "O Senhor veio do Sinai e amanheceu sobre eles vindo de Seir; ele brilhou no Monte Paran com dezenas de milhares de santos" (Dt 33.2. E, ainda: "Deus veio de Teman, o Santo veio do Monte Paran" (Hb 3.3).

Não somente o contexto se refere claramente a Deus e a ninguém mais, como também essa absurda interpretação está baseada sobre um geógrafo do século 19 que, aparentemente, identificou Paran com Meca e Teman com Medina. Paran está, atualmente, a 1.000 km de Meca, e isso pode ser constatado nos cronistas dos israelitas errantes (Dt 1.1; Nm 13). Como os vinte espiões poderiam deixar Paran (v. 3), ir diretamente para Canaã e explorar todo o país (v. 21,22), cortar algumas uvas (v. 23) e levá-las de volta, frescas, a Paran (v. 27), em apenas quarenta dias, se tivessem viajado um total de 2000 km?

"[Os judeus] perguntaram: 'Sois o Profeta?'. Ele respondeu: 'Não'". Embora os muçulmanos rejeitem o testemunho de João 1, de que Jesus era divino (v.1,2,14,18,34,49), sustentam que o profeta em questão é Maomé. A origem desse profeta procede de Deuteronômio 18.15, que diz: "O Senhor vosso Deus lhes fará surgir um profeta como eu dentre vossos irmãos". Mas esse texto, claramente, se identifica com Jesus, em Atos 3.22.

A imensa diferença entre Moisés e Maomé é que Maomé não era judeu e, contudo, o profeta viria dentre seus próprios irmãos (o que exclui os descendentes de Ismael, meios-irmãos de Isaque. Cf. Gn 16.12 e 17.19).

Moisés é, de longe, mais comparável a Jesus do que Maomé, pois ambos nasceram na pobreza e se sujeitaram às tentativas para matá-los na infância (Êx 1.15,16,22; Mt 2.13), contudo, ambos foram salvos (Êx 2.2-10; Mt 2.13); ambos foram preparados por um período de quarenta dias (quarenta é uma unidade bíblica para indicar preparação - Êx 7.7; Mt 4.1); ambos libertaram seu povo da escravidão (Êx 5; Jo 8.32-36); a água foi o instrumento para ambos: o mar Vermelho para Moisés (Êx 14.21) e o mar da Galiléia para Jesus (Mt 8.26); ambos falaram com Deus face a face (Êx 33.11;. Mt 17.3); a face de ambos brilhou (Êx 34.29; Mt 17.2); ambos morreram por causa do pecado do povo (Nm 20.12; Is 53; Jo 1.29; 10.15).

Definitivamente, nunca houve na Bíblia profecias a respeito de Maomé.

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