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Há anos que os olhos do mundo estão voltados para a Palestina, no oeste da Ásia. Os palestinos dispõem do embrião de um Estado nacional, encravado em Israel e ainda sem lugar na ONU (Organização das Nações Unidas) e lutam para que o seu território seja reconhecido como um país e querem como capital Jerusalém, cidade santa para os judeus, os cristãos e os muçulmanos. O conflito por lá já causou a morte de milhares de pessoas. Os acordos de paz iniciados em 1993 com os israelitas resultaram aos palestinos apenas a autonomia plena ou relativa na maioria da Faixa de Gaza e em parte da Cisjordânia. Mas não se conformam. Continuam querendo mais e sofrem por isso. Mas, até quando?

O conflito a que nos referimos é a "eterna" disputa entre muçulmanos e judeus pela possessão da Palestina. Os muçulmanos reivindicam seu direito de posse por meio do Alcorão, livro sagrado para eles. Os judeus, apóiam-se na Bíblia. Vejamos o que dizem essas duas obras:

O Alcorão declara: "E quando o Senhor pôs a prova Abraão com certos mandamentos, que ele observou, disse-lhe: Designar-te-ei imame dos homens. Abraão perguntou: E também o serão os meus descendentes? Respondeu-lhe: Minha promessa não alcançara os iníquos. E quando estabelecemos a casa (a Caaba) para congresso e asilo da humanidade, dissemos: Adotai a estância de Abraão por oratório, porque ordenamos a este e a Ismael, dizendo-lhes: Purificai minha casa para os circundantes (da Caaba), os retraídos, os que genuflectem e os que se prostram em adoração" (2 Surata 124 e 125).

"O patriarca Abraão, ancestre dos semitas, é encarado no Alcorão como protótipo do muçulmano; é deduzido que ele atingiu o monoteísmo por razão pura, antes de ter chegado à revelação. Com seu primogênito, Ismael, ele edificou o templo de Ka`ba, em Bekka, ou Meca, e instituiu o rito da peregrinação. Embora tenha sido pretendido tanto pelos judeus como pelos cristãos, Abraão não pertenceu a qualquer dessas religiões, segundo se diz; ele era simplesmente um homem que se submeteu a Deus 1."

A Bíblia esclarece: "E disse: Toma agora o teu filho, o teu único filho, Isaque, a quem amas, e vai-te à terra de Moriá, e oferece-o ali em holocausto sobre uma das montanhas que eu te direi" (Gn 22.2).

Pelo Alcorão, os islâmicos, seguidores do profeta Maomé, consideram-se descendentes de Ismael (o que historicamente é possível se supormos uma provável miscigenação entre algumas tribos ao longo da história) e alegam que o primogênito de Abraão, requerido por Deus como sacrifício no monte Moriá, não foi Isaque, mas, sim, Ismael, o filho da promessa. E dessa crença sagrada para eles depende o veredicto religioso que apontará a que povo de fato pertence a Terra Santa.

Para os judeus, no entanto, o filho da promessa é Isaque, não Ismael. Isaque é que foi oferecido como sacrifício. E pertence ao filho de Isaque, Jacó, cujo nome fora substituído mais tarde por Israel (Gn 32.28), a descendência dos israelitas. A promessa divina a Jacó foi a seguinte: "E eis que o Senhor estava em cima dela [da escada cujo topo tocava o céu], e disse: Eu sou o Senhor, Deus de Abraão teu pai, e o Deus de Isaque. Esta terra em que estás deitado, eu a darei a ti e à tua descendência" (Gn 28.13).


As guerras santas na Palestina


No fim da II Guerra mundial, os ingleses deixam a região e a ONU aprova, em 1947, a partilha da Palestina entre árabes e judeus. Os países árabes rejeitam a divisão e entram em guerra, em 1948, com o recém-nascido Estado de Israel. O conflito termina em 1949, com o desaparecimento do Estado árabe-palestino previsto pela ONU - Israel incorpora uma parte e o Egito anexa a Faixa de Gaza. Em 1950, a Jordânia conquista a Cisjordânia, incluindo o setor oriental de Jerusalém, que se torna uma cidade dividida, com o setor ocidental ocupado pelos judeus. Em conseqüência, milhares de palestinos imigram para os países árabes vizinhos, na chamada diáspora palestina.

Depois disso, Israel passa a comandar 75% das terras palestinas.

Em 1987, acentua-se o motim entre palestinos e judeus. A rebelião palestina acontece na parte de Jerusalém ocupada pelos árabes. A revolta é conhecida como "Intifada" que, em árabe, quer dizer sobressalto. Israel sobrepuja com violência a ofensiva dos ativistas palestinos e sua atitude é reprovada pela ONU.

Nos anos 90, os palestinos vêem o crescimento e o fortalecimento do Estado de Israel com o regresso dos judeus vindos da extinta União Soviética e de todo o mundo. Após a guerra contra o Iraque, que invadiu o Kuweit em 2 de agosto de 1990, os norte-americanos e a ONU fazem pressão para que as negociações de paz ocorram e terminem os conflitos de guerra. O processo de paz é inaugurado em Madri, em outubro de 1991. Mas, infelizmente, não avança dentro do governo do partido judeu "Likud". O empecilho rompe com a vitória do partido trabalhista em 1992, conduzido por Itzhak Rabin. Em setembro de 1993, é assinado, em Washington (EUA), o Tratado de Oslo, pelo qual a OLP (Organização para a Libertação da Palestina) e Israel se reconhecem mutuamente. Mas, em setembro de 1995, quando o mundo pensava que a paz chegaria à Terra Santa, Rabin é assassinado por um judeu radical chamado Yigal Amir depois de uma passeata em Telaviv, capital política de Israel. Amir foi condenado à prisão perpétua em março de 1996.

Finalmente, em julho de 2000, os palestinos voltam a possuir hegemonia na Faixa de Gaza.

O centro de toda essa discórdia é Jerusalém, cidade venerada pelas três maiores religiões monoteístas do mundo: o judaísmo, o cristianismo e o islamismo. A OLP apóia a idéia de que a capital do Estado palestino seja Jerusalém, mas Israel não admite, por isso os burburinhos permanecem.


A nova intifada


Centenas de palestinos morreram na nova fase do levante no Oriente Médio. As confusões começaram com o ataque a pedradas aos soldados israelenses quando estes entraram em territórios palestinos. Logo o conflito passou a grupos aramados. Desde quando iniciou a nova intifada até agora já morreram aproximadamente 1.821 pessoas, sendo 1.347 palestinos e 474 Israelenses.2

Para agravar a situação, o líder dos judeus, Ariel Sharon, visita a mesquita de Jerusalém que, segundo a tradição, está localizada no mesmo lugar do antigo templo da religião judaica, tudo isso para ratificar o domínio de Israel na região. Para os palestinos, tal atitude foi uma tentativa acirrada de provocação ao Islã, pois o local onde fica a mesquita de Al-aqsa, "O domo da rocha", é o terceiro mais sagrado do islamismo, de onde, segundo a tradição muçulmana, o profeta Maomé foi assunto aos céus. O protesto de milhares de palestinos à visita do líder judeu a esse lugar deu início ao novo conflito.

Após os atentados de 11 de setembro os EUA, o governo americano pediu para que cessassem as guerrilhas. Arafat acata o pedido norte-americano e faz trégua. Israel promete cessar-fogo. Mas a placidez do conflito não perdura por muito tempo, pois o ministro de turismo de Israel, Rehavan Zeevi, é assassinado por líderes palestinos. Israel reage ao fato e avança em seis cidades independentes dos palestinos: Jenin, Ramallah, Qaliqilia, Belém, Beit Jala e Tulkarm.

Em 29 de outubro de 2001, o exército de Israel desocupa Belém e Beit Jala. Mas isso não significou muita coisa, pois, nos primeiros meses deste ano, os conflitos chegaram ao seu ápice com o confinamento do líder palestino, Yasser Arafat, no quartel da Autoridade Nacional Palestina (ANP). Segundo se desconfia, Israel teria reagido aos palestinos por causa de um atentado terrorista que matou 15 israelenses. Na ocasião, mais de 200 pessoas, entre palestinos, religiosos e estrangeiros, ficaram confinadas na Igreja da Natividade, em Belém.


As retaliações israelenses


A sociedade palestina é totalmente fragmentada. O povo sofre com o embargo de produtos imposto por Israel aos territórios ocupados pelos árabes que se dizem palestinos. Mas os problemas relacionados às questões sociais também são grandes. As palavras que seguem são de Passan Fatauer, um palestino que mora no Brasil: "Os israelenses, ao voltarem para o Oriente Médio, trouxeram com eles muitas doenças que não existiam na Palestina. Os palestinos não são promíscuos. Não são dados à prostituição nem às drogas. Os israelenses ocasionaram tudo isso na Palestina. Depois, nós é que somos terroristas. As revoltas explodem por causa das retaliações de Israel contra nós, palestinos. Imagine um povo que, durante dez anos, elabora um Estado organizado com todas as bases que um país deve ter, aí vem Israel e destrói tudo. Foi justamente isso que aconteceu no começo deste ano. Vocês acham isso certo?".


Os costumes palestinos


Quando um homem deseja casar-se, solicita a seu pai que o acompanhe até a casa de sua pretendente para pedir ao pai da moça a sua mão. Mas isso tudo é mera formalidade, pois o pai da escolhida não interfere, de forma nenhuma, nessa questão. A decisão é única e exclusivamente da moça.

"O moço para se casar tem de ser analisado pela sociedade e pela moça. A avaliação é para saber se ele é bom filho, se tem um bom trabalho, se tem condições de oferecer à sua pretendente um bom dote. Esse dote não é para a família, mas para a moça preparar-se para o casamento", explicou Passan".

Durante o período de preparação do casamento, não é permitido o namoro entre os nubentes, pois a religião islâmica proíbe esse tipo de costume ocidental.

"O meio de trabalho tem sofrido com retaliações por parte Israel. As empresas palestinas são proibidas de negociar com Israel, pois os judeus têm medo de que os palestinos cresçam e, com isso, possam conquistar o tão sonhado Estado palestino. Israel tem um aliado forte, os EUA. Passan declarou que "o poder dos americanos ajuda Israel a lutar contra os palestinos. Os israelenses tomam conta das forças financeiras norte-americanas. Estão em todas as áreas da economia daquele país: cinema, bancos, mídia impressa e televisiva e em outras áreas. Assim, controlam o maior país do mundo. Os americanos patrocinam Israel com extraordinárias somas de dinheiro. Se esse financiamento acabasse, talvez os palestinos conseguissem seu Estado. Olhem até que ponto chegou a petulância de Israel: aquelas duas faixas azuis em sua bandeira significam os territórios que querem conquistar: do rio Nilo, no Egito, até o rio Tigre, no Iraque. E isso é o motivo da revolta palestina, pois eles não ficaram nessa terra, só voltaram há 50 anos, quando os palestinas já se encontravam lá".

A busca do povo palestino é ser considerado uma nação com um território só deles. "Devemos deixar bem claro que os terroristas islâmicos são na maioria xiitas que praticam a religião islâmica, o Jihad (guerra santa em árabe). Mas os sunitas são pacíficos. Também praticam a religião islâmica, mas sabem que a justiça vem de Alá", afirmou Passan.


A crença islâmica


E Passan continua com suas declarações. Desta feita, em relação à religião dos palestinos. "A dificuldade maior não está com os mulçumanos nem com os cristãos. Vivemos (ele é palestino) em estado de paz tanto com quanto o outro grupo. Mas o problema é lastimável quando se trata dos mulçumanos e dos judeus. Aí a briga começa. Pois os judeus alegam que Jerusalém é deles, e não do povo palestino árabe... ora, eles foram embora e deixaram a terra, como podem alegar que a terra é deles? Isso não existe em qualquer parte do mundo, só lá na Palestina...".

O que fazer, querido leitor, em prol desse povo tão sofrido que busca, junto a ONU, o reconhecimento de seu Estado. A religião mulçumana nega a morte de Jesus na cruz e sua ressurreição, e isso por causa do Alcorão, que diz."E por dizerem: Matamos o Messias, Jesus, filho de Maria, o Mensageiro de Deus, embora não sendo, na realidade, certo que o mataram nem o crucificaram, senão que isso lhes foi simulado. E aqueles que discordam, quanto a isso, estão na dúvida, porque não possuem conhecimento algum, abstraindo-se tão-somente em conjecturas; porém, o fato é que não mataram" (4o SURATA, 157). Mas a Palavra de Deus esclarece que era necessário que Jesus Cristo ressuscitasse: "Porque ainda não sabiam as Escrituras, que era necessário que ressuscitasse dentre os mortos" (Jo 20. 9).

Os islâmicos negam a divindade de Cristo e usam a própria Bíblia para propagarem sua heresia. O texto escolhido por eles é Mateus 5.9, que diz: "Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus". A interpretação que dão a esse versículo é que "a filiação de Jesus era semelhante à dos demais homens, como Adão, Israel, Davi, Salomão 3". Mas as Escrituras mostram com transparência que Jesus é o Filho de Deus. Essa filiação, no entanto, não é como a nossa, pois fomos eleitos por adoção. E também não é como a dos judeus, que fazem parte da promessa de Deus aos patriarcas.

O texto áureo da Bíblia, João 3.16, afirma: "Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu seu filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna". Unigênito no original grego é descrito como o monogenes do pai. Ou seja, Jesus é o único que tem a mesma natureza do Pai. É o único que possui o mesmo gene do Deus Pai. Ele foi gerado pelo Espírito Santo, como lemos em Mateus 1.18: "Ora, o nascimento de Jesus Cristo foi assim: Estando Maria, sua mãe, desposada com José, antes que coabitassem, achou-se grávida pelo Espírito Santo".

A Palavra de Deus é bem exata quanto ao caminho da salvação do homem. Jesus disse: "Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai, senão por mim" (Jo 14.6). Essas palavras de Jesus são um grande sinal para toda a humanidade, e não excetua os palestinos, que carecem do evangelho da cruz.

Devemos orar e suplicar pelos palestinos, um povo tão sofrido, para que o Espírito Santo comova seus corações e reconheçam que o nosso Senhor Jesus Cristo morreu por eles também. A Palavra de Deus é clara: "Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem" (1Tm 2.5).

Que o Senhor tenha misericórdia e envie missionários à Palestina.


Há uma luz no fim do túnel


Nem tudo é violência e destruição na Terra Santa. O Espírito Santo tem-se movido de uma maneira especial em Israel. Palestinos e judeus cristãos estão orando juntos em busca da paz. O Senhor tem levantado um ministério chamado Musulaha para promover o diálogo entre palestinos e judeus cristãos, o que tem contribuído para remover o ódio e a amargura deixados pela guerra que tantos males tem trazido naquela área do Oriente Médio. "O plano de Deus é perfeito e muitos israelenses e palestinos têm-se unido por meio do amor de Jesus, que não traz guerra nem discórdia" (frase extraída de um relato do ministério Musulaha).


130 mulheres cristãs da Palestina e Israel se reúnem no mar da Galiléia


O Espírito Santo está operando verdadeiros milagres na Faixa de Gaza e em Israel. Em fevereiro deste ano aconteceu o encontro de oração entre irmãs palestinas e israelenses. A antipatia entre esses dois grupos tem sido dissipada mediante o amor que sente por Jesus Cristo como seu único e suficiente Salvador. Elas oram pela paz e para que ambos os povos reconheçam Jesus como redentor e único caminho para se chegar a Deus. Os relatos são comoventes. Uma mulher exclama que "o espírito de amor que sentiu nunca havia sentido antes de se cristã". Uma judia messiânica que já havia ido pela quinta vez ao encontro de oração testemunhou: "Estou muito grata pela forma como Deus tem-se movido no evento, pois Ele mudou meu conceito sobre as mulheres palestinas cristãs. Hoje é possível estabelecer vínculos e amizades, porque temos um Deus em comum".(texto cedido pela agência missionária "Portas Abertas")


Religiões na Palestina


De um total de 3,5 milhões de palestinos, entre a Faixa de Gaza, Cisjordânia e colinas de Golã:

75% ISLAMISMO

17% JUDAISMO

4% CRISTIANISMO

4% OUTROS


Motivos de oração


* Para que o Espírito Santo rompa as barreiras que impedem a convivência entre palestinos e judeus.

* Para que as agências missionárias tenham êxito na pregação do evangelho.

* Para que o fundamentalismo islâmico caia por terra e as pessoas encontrem a verdade da cruz.

1 Islamismo. John Alden Williams. ZAHAR Editores. 1964, p. 18.

2 Folha de S. Paulo. Maio de.2002.

3 O Islã e o Cristianismo. Ulfat Aziz Assamad. CDIAL. 1991. p. 44.


Por Fernando Augusto Bento

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