Diz Ellen White:
Moisés passou pela morte, mas Cristo desceu e lhe deu vida antes que seu corpo visse a corrupção. Satanás procurou reter o corpo, pretendendo-o como seu; mas Miguel ressuscitou Moisés a levou-o ao Céu. ...Satanás maldisse amargamente e Deus, acusando-o de injusto por permitir que sua presa lhe fosse tirada; Cristo, porém, não repreendeu a Seu adversário, embora fosse por sua tentação que o servo de Deus houvesse caído. Mansamente remeteu-o a Seu Pai, dizendo: ‘O Senhor te repreenda’ (“Primeiros Escritos”, p. 164, 3a edição, 1988) (destaques nossos).
Resposta Apologética:
Dois erros doutrinários encontramos nessa declaração de EGW:
1) Miguel ressuscitou Moisés, quando é Jesus que ressuscitará os mortos por ocasião da sua vinda, o que ainda não se deu (1 Ts 4.16-17; 1 Co 15.51-54). Se Moisés não provasse a corrupção no seu corpo e já tivesse sido ressuscitado, seria ele as primícias dos mortos: quando, de fato, Jesus foi as primícias dos mortos, Mas agora Cristo ressuscitou dos mortos, e foi feito as primícias dos que dormem (1 Co 15.20).
2) A passagem citada, para afirmar que Jesus não repreendeu seu adversário, o diabo, é Judas 9, que diz: Mas o arcanjo Miguel, quando contendia com o diabo, e disputava a respeito do corpo de Moisés, não ousou pronunciar juízo de maldição contra ele; mas disse: O Senhor te repreenda. Este texto, como lemos, trata de Miguel, o arcanjo, e não de Jesus. É a Jesus que Miguel, o arcanjo, recorre para repreender a Satanás e não a Deus, o Pai. Confunde ela Miguel com Jesus como se ambos fossem a mesma pessoa. Jesus, em sua vida terrena, por várias vezes, repreendeu Satanás e ao passo que Judas 9 afirma que Miguel não pode fazê-lo, invocando a autoridade de Jesus para isso, O Senhor te repreenda. Em Mt 16.23 Jesus repreendeu Satanás com toda a autoridade, dizendo: Para trás de mim, Satanás, que me serves de escândalo. E não foi esta a única vez que Jesus repreendeu Satanás. Outras vezes isso aconteceu como em Mt 4.10-11 determinando que ele se retirasse. Jesus deu poder aos seus discípulos e seguidores para assim também o fazerem (Lc 10.17-19; Mc 16.17-18). Por fim, Jesus é Criador (Jo 1.3; Cl 1.15-16) e Miguel é criatura celestial, criada pelo próprio Jesus. Os anjos não podem ser adorados (Cl 2.18; Ap 22.8-9) ao passo que Jesus é adorado pelos próprios anjos (Hb 1.6; Ap 5.11-13). Miguel é um dos primeiros príncipes (Dn 10.13) indicando com isso que existem outros iguais a ele; entretanto, Jesus é o Unigênito do Pai, mostrando que não existe outro igual a Ele (Jo 1.14; 3.16). Esse ensino de EGW é francamente herético (2 Pe 2.1-2).
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