Os mórmons, para justificar a teoria da apostasia geral, citam: Am 8.11-12; Is 60.2; At 20.29-30; Gl 1.6-9; 1 Tm 4.1-2; 2 Pe 2.1-3 dentre outras passagens bíblicas. Mas a base da suposta apostasia geral está calcada na revelação de Joseph Smith Jr., conhecida como a primeira visão que ocorreu no ano de 1820. Foi ao bosque orar e viu dois personagens que se apresentavam diante dele e um se dirigiu ao outro dizendo: Este é o meu Filho amado. Ao dirigir-se a um deles para saber qual de todas as igrejas era a verdadeira, conta ele que: Foi-me respondido que não me unisse a qualquer delas, pois estavam todas erradas; e o Personagem que se dirigia a mim disse que todos os seus credos eram abominação à sua vista; que aqueles religiosos eram todos corruptos; que eles se aproximam de mim com os lábios, mas seu coração está longe de mim; ensinam com doutrina os mandamentos de homens, tendo aparência de religiosidade, mas negam Seu poder. Novamente me proibiu de unir-me a qualquer delas (“A Pérola de Grande Valor”, p. 56; Joseph Smith Jr., 2.14-20; – edição 1997; Editora – A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias; Joseph Smith).
Resposta Apologética:
Analisando os textos bíblicos citados pelos mórmons verificamos que alguns deles nem se referem à Igreja e é digno de nota que os textos falam de uma apostasia parcial e não geral. É o que lemos em 1 Tm 4.1; Ora, o Espírito afirma expressamente que, nos últimos tempos, alguns apostatarão da fé, por obedecerem a espíritos enganadores e a ensinos de demônios. Ademais, temos as promessas de Jesus de que as portas do Inferno não prevaleceriam contra a sua Igreja (Mt 16.18). Disse também que estaria conosco todos os dias até a consumação dos séculos (Mt 28.20). Prometeu ainda que, quando estivessem dois ou três reunidos em seu nome, Ele estaria presente (Mt 18.20); e que suas palavras não passariam, isto é, não deixariam de cumprir-se (Mt 24.35). Como justificar a alegada apostasia geral citada por Joseph Smith frente à promessa de Jesus de não permitir que isso acontecesse? Deve-se ter presente ainda a declaração de Paulo em 1 Coríntios 3.11: Porque ninguém pode pôr fundamento além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo. Se Jesus é o fundamento, poderia tal fundamento cair? (At 20.28) (destaque nosso).
Além do exposto, deve-se ter presente que a alegada revelação recebida por Joseph Smith tem várias versões.
Outras publicações mórmons relatam essa suposta visão de maneiras diferentes e isso levanta dúvidas sobre sua veracidade:
SEGUNDA VERSÃO:
O Senhor não desceu com armas do céu com poder e grande glória... Mas Ele enviou o seu anjo à mesma pessoa obscura, Joseph Smith Jr., que mais tarde tornou-se profeta, vidente e revelador e lhe informou que não devia juntar-se a nenhuma seita religiosa dos seus dias, pois todas estavam erradas (destaque nosso).
Contradizendo a versão da primeira visão, esta segunda aponta que não foram o Pai e seu Filho Jesus que lhe apareceram em 1820, mas apenas um anjo.
TERCEIRA VERSÃO:
Você supõe que Deus em pessoa chamou Joseph Smith Jr., nosso profeta? Deus o chamou, mas não veio pessoalmente. Ele enviou o apóstolo Pedro.
Essa suposta terceira visão contradiz as duas primeiras indicando que quem apareceu a Joseph Smith foi o apóstolo Pedro. Não há, portanto, uniformidade no relato da primeira visão que é a base da justificação mórmon para a fundação da sua igreja.
Depois de todas essas contradições ainda se torna pior o relato dos mórmons sobre a apostasia geral quando se considera que o “Livro de Mórmon” (3 Néfi 28.1-9) declara que três apóstolos de Jesus ainda estavam vivos na terra quando se deu a primeira visão. Essa declaração do “Livro de Mórmon” é repetida no livro “Doutrina e Convênios”, seção 7, dois livros padrão usados pelos mórmons. Se tivesse realmente ocorrido a apostasia alegada por Joseph Smith, por que a restauração não se deu pelos três apóstolos? Não estariam eles com mais capacidade para realizar a obra de restauração do que o próprio Smith? Enquanto isso lemos: A esse glória na igreja, por Jesus Cristo, em todas as gerações, para todo o sempre (Ef 3.21). Como podia Deus ser glorificado na Igreja para todo o sempre se ela tivesse apostatado por ocasião da primeira visão? (Veja ainda o comentário da “Bíblia Apologética” – p. 1257).
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