Um Deus, uma religião, uma humanidade. Esse é o ensinamento básico da fé bahá’Í, ou seja, a unidade e harmonia universal, desprezando os preconceitos, sectarismos ou um ato degradante a qualquer denominação religiosa. Concordamos com o reverendo Van Baalen: talvez o escritor Ferguson tivesse razão quando declarou que nenhuma seita tem um evangelho mais apropriado ao temperamento dos nossos dias do que os bahá’is.1
A fé bahá’i ou bahaísmo nasceu dentro da religião islâmica, na antiga Pérsia, atual Irã, em 1844. Fundada por Bahá’u’lláh, título de Mirzá Husayn Ali (1817-1892). Inicialmente essa fé tinha por objetivo a purificação do islamismo, bem como sua divulgação. Posteriormente mudou seu discurso invocando a idéia do ponto de encontro das religiões. Possui uma forte pretensão mundial, com leis e escrituras sagradas próprias, mas sem dogmas, rituais, clero ou sacerdócio.
Bahá’u’lláh nasceu em Teerã, em 1817. Era filho de um vizir da corte persa. Tinha 22 anos quando seu pai morreu. O governo quis que ele assumisse o cargo que o pai ocupava, mas ele renunciou à corte real para seguir sua missão. Aos 27 anos dedicou sua vida à causa de Báb.
Segundo o bahaísmo, Báb é uma palavra árabe que significa porta e era o título de Ali Muhammad, nascido em 20 de outubro de 1819 na bela cidade de Shiraz, no sul do Irã. O bahaísmo ensina que Báb descendia de Maomé (fundador do islamismo) e em 23 de maio de 1844 declarou ser o portador de uma mensagem enviada por Deus.
O surgimento do bahaísmo está intimamente ligado ao contexto social e religioso persa-islâmico no início do século 19. Observadores da História concordam que a Pérsia nessa época era uma nação débil e atrasada, corrupta e fanaticamente intolerante. O islã era a religião do Estado persa desde o século 16 e a facção xiita do islã esperava o Prometido (Qa’im). Havia entre eles a crença de que: o último e verdadeiro sucessor de Maomé que desapareceu no século 10 nunca morreu, mas continua vivo numa misteriosa cidade, rodeado por um grupo de fiéis discípulos e que, no final dos tempos, aparecerá e encherá a terra de justiça, depois de ela estar cheia de iniqüidade. Esse sucessor oculto revela-se de tempos em tempos através daqueles a quem esclarece a sua vontade e que são conhecidos por Babs ou portas, isto é, são portas através das quais se renova a comunicação entre o escondido e os seus fiéis seguidores.2
Diz o bahaísmo que dois sábios, Shaykh Ahmad e Siyyid Kazim, com um pequeno grupo de pessoas foram preparados para buscar e reconhecer o Prometido quando este se declarasse. Após a morte de Kazim, um outro discípulo chamado Mulla Hussayn saiu à procura do Prometido e sentindo-se impelido foi à cidade de Shiraz, onde encontrou um jovem de fisionomia radiosa às portas da cidade. Era véspera de 23 de maio de 1844. É nesse contexto social e religioso que o jovem místico Báb, com 25 anos de idade, é reconhecido por 18 crentes denominados por ele de Letras da Vida e começa sua pregação como precursor de Bahá’u’lláh. Inicialmente, Báb também recebeu apoio e incentivo de uma pequena seita islâmica do Irã.
O calendário bahá’i começa naquele ano, de 1844, quando esse jovem iraniano surpreendentemente afirmou que os líderes religiosos do mundo haviam-se esquecido de que possuíam uma origem comum... Moisés, Jesus e Maomé eram todos profetas, espelhando a glória de Deus; eram mensageiros que traziam a marca do Grande Criador.3
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