Apologética



Espiritismo – Parte 05 – No Brasil.


No Brasil, as mesas começaram a dançar em 1853. O Jornal do Comércio, do Rio de Janeiro, foi o primeiro a publicar matéria pela primeira vez sobre as mesas girantes da Europa e dos Estados Unidos, em sua edição de 14 de junho de 1853. Duas semanas depois, no dia 30 de junho, o mesmo jornal informa sob o título de A Rotação Elétrica, os fenômenos que empolgavam Paris, depois de terem feito sucesso nos Estados Unidos, México, Londres, Viena e Berlim.

No dia 2 de julho de 1853, o Diário de Pernambuco, editado no Recife, informava a seus leitores que, em Paris, grande era a curiosidade, que toda a sociedade se colocava em torno das mesas esperando algum movimento.

O Jornal Cearense, de Fortaleza, na edição de 19 de maio de 1854, informava aos seus leitores sobre a evocação de almas por meio das mesas girantes: A evocação se faz por intermédio de um iluminado, a quem se dá o nome de médium (“Espiritismo Básico”, Pedro Franco Barbosa, FEB, 2ª edição, p. 68).

Foi assim que o espiritismo no Brasil conquistou adeptos, passando da mesa rodante para a mesa falante; da mesa inteligente à relação com os mortos; da comunicação com os mortos a novas revelações; destas revelações a uma nova religião, com doutrinas e práticas opostas ao Evangelho de Jesus Cristo.

A primeira sessão espírita realizada no Brasil ocorreu em Salvador, Bahia, no dia 17 de setembro de 1865, sob a direção de Luiz Olímpio Teles de Menezes. Este fundou no mesmo ano o primeiro centro espírita, com o nome de Grupo Familiar de Espiritismo.

Em julho de 1869, Luís Olímpio publica “O Eco do Além Túmulo – Monitor do Espiritismo no Brasil”, o primeiro jornal espírita do Brasil, com 56 páginas, circulando no Brasil e em capitais estrangeiras como Londres, Paris, Madri, Nova Iorque.

Em 28 de novembro de 1873, é desfeito o Grupo Familiar do Espiritismo, fundando-se a sociedade científica, sob o título de Associação Espírita Brasileira, sendo Luís de Menezes o primeiro presidente.

O primeiro movimento organizado do espiritismo, no Rio, começou em 2 de agosto de 1873, com a fundação da Sociedade de Estudos Espiríticos – Grupo Confúcio, sob a direção dos Drs. Francisco de Siqueira Dias Sobrinho, presidente e Antônio da Silva Neto. O Grupo Confúcio tinha como divisa; sem caridade não há salvação; sem caridade não há verdadeiro espírita (“Espiritismo Básico.” Pedro Franco Barbosa, FEB, 2ª edição, p. 70); recebia mensagens de seu patrono e tinha como guia espiritual um espírito chamado Ismael, que se revelou como diretor espiritual do Brasil; praticava a homeopatia e aplicava passes nos doentes.

Em 1º de janeiro de 1875, o Grupo Confúcio lançou a Revista Espírita, redigida e dirigida pelo Dr. Antônio da Silva Neto. Era o segundo periódico espírita do Brasil e o primeiro do Rio de Janeiro, que até então era a capital do Império. Neste mesmo ano o Grupo Confúcio publicou a tradução de várias obras de Kardec, a cargo de Fortúnio, pseudônimo de Joaquim Carlos Travassos: O “Livro dos Espíritos”, “O Livro dos Médiuns”, “O Céu e o Inferno”, “O Evangelho Segundo o Espiritismo”. Estes foram os primeiros livros publicados no Brasil, pela editora B.L. Garnier.

Em 23 de março de 1876, funda-se a Sociedade de Estudos Espíritas Deus, Cristo e Caridade sob a orientação de Bittencourt Sampaio; e, em 1878, também de Antônio Luís de Sayão. Em 20 de maio de 1877, membros dissidentes da Sociedade fundaram a Congregação Espírita Anjo Ismael. No ano seguinte, outros componentes da mesma Sociedade fundam o Grupo Espírita Caridade. Essas instituições, bem como o Grupo Espírita Confúcio, desaparecem em 1879.

Em 1883, foi fundada a Revista Reformador, que mais tarde veio se tornar o órgão oficial da Federação Espírita Brasileira, organizada em 1º de janeiro de 1884. A partir de então se multiplicam os grupos e centros espíritas, ocasionando a formação de federações de âmbito estadual.

O nome mais conhecido do espiritismo kardecista brasileiro é o do médium Francisco Cândido Xavier, mais conhecido como Chico Xavier. Natural da cidade de Uberaba, Minas Gerais, onde reside. Ele é muito procurado por pessoas de todas as classes sociais, vindas de todos os lugares do país, que recorrem a seus serviços mediúnicos em busca de ajuda espiritual e também de curas físicas. De acordo com a revista Veja, de 10/4/1991, p. 40, Chico Xavier já incorporou os espíritos de 605 autores mortos, 328 dos quais eram poetas, entre eles alguns dos mais famosos tanto em Portugal como no Brasil.

Tudo isso faz do Brasil o maior país espírita do mundo. Enquanto a doutrina espírita cresce no Brasil, ela praticamente desapareceu na França onde nasceu.

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