Quase 570 anos depois da morte e da ressurreição de nosso Senhor Jesus, um homem chamado Maomé nasceu na cidade de Meca, capital do comércio na Arábia. Seu pai morreu antes que ele nascesse, e sua mãe morreu quando ele tinha somente seis anos de idade. Primeiro foi o seu avô que cuidou dele e, depois da sua morte, um tio.
A maior parte do povo da Arábia era pagã, e creditava em muitos deuses e os adorava especialmente num templo que chamavam Kaaba (palavra árabe para cubo).
No Alcorão lemos acerca de Maomé: Fui mandado adorar o Senhor desta Terra... (Sura 27:91). Os muçulmanos dizem que isso se refere a Alá e provavelmente têm razão, segundo o entendimento islâmico, mas, Alá era um nome que se usava para um dos deuses da Arábia, que era conhecido como o pai das deusas Lat, Uzza e Manat, adoradas por muitos. Maomé repudiou esta idéia, assim como qualquer outra que fomentasse idolatria em seu pensamento.
Quando Maomé tinha 25 anos de idade, casou-se com sua patroa, uma senhora já duas vezes viúva. Seu nome era Khadija. Aprendemos sobre Maomé que ele era um homem quieto e de vida simples. Seu casamento com Khadija, que era 15 anos mais velha do que ele, durou 25 anos e terminou com a morte da esposa. Parece que havia boa relação entre os dois. Tiveram vários filhos, porém o único menino morreu quando ainda era criança, o que trouxe grande sofrimento a Maomé.
Aproximadamente dez anos antes da morte de sua esposa, Maomé começou a ouvir vozes, ter visões e sonhos. Freqüentemente saía da cidade e ia para uma caverna no monte de Hira, para lá meditar, às vezes, por vários dias.
Quando tinha 40 anos, teve uma experiência extraordinária. Lá na caverna recebeu a primeira revelação do que, mais tarde, se tornou o livro santo do Islã, o Alcorão (capítulo = Sura, versículo = Ayate). Maomé disse que recebeu as revelações do anjo Gabriel e que, a princípio, ficou muito atemorizado, mas depois recebeu mensagens durante 22 ou 23 anos, até sua morte. Segundo a tradição islâmica, pelo menos no início, Maomé ficou preocupado porque espumava pela boca e rugia como camelo novo. Era como se sua alma fosse tirada do corpo, e ele, então, parecia embriagado.
Primeiro as mensagens diziam que há só um Deus, que é Alá e que todos os ídolos deveriam ser destruídos. Muito foi revelado acerca do julgamento vindouro, sobre a necessidade de viver corretamente e a perspectiva da vida eterna no paraíso ou no inferno. Tanto o paraíso como também o inferno receberam uma descrição muito viva. Os que fossem ao Céu receberiam todo o bem: comida maravilhosa, frutas, taças e jarras cheias de néctares e huris (virgens bonitas) de olhos grandes, semelhantes a pérolas em suas conchas. No inferno nada haveria para refrescar ou agradar, e os que fossem para lá beberiam água fervente e pus em cima de frutas amargas (Sura 56.1-56). Quanto aos crentes que praticam o bem, introduzi-los-emos em jardins abaixo dos quais correm rios, onde morarão eternamente, onde terão esposas imaculadas, e os faremos desfrutar uma densa sombra (Sura 4.57).
O sucesso da pregação de Maomé foi inicialmente pequeno. Sua esposa foi a primeira convertida e, ao longo dos anos, cerca de mais 200 moradores de Meca o seguiram. Em 622 a.D., Maomé recebeu um convite para mudar-se para Medina, a 250 km ao norte de Meca, a fim de servir como líder e árbitro nas questões existentes entre muçulmanos, pagãos e judeus que ali moravam. Somando isso à oposição que sua pregação ainda suscitava, ele emigrou para Medina. Essa fuga para Medina foi chamada de Hégira e tornou-se o início do calendário islâmico. Durante sua permanência em Medina, ele transformou-se, de um simples pregador revolucionário, em poderoso homem de guerra, e tornou-se polígamo também. Alguns sugerem que para poder sustentar sua família e seus seguidores Maomé em Medina instituiu a guerra santa (o Jihad) contra os infiéis, com o saque dos despojos e prisioneiros: ...matai os idólatras onde quer que os encontreis e capturai-os e cercai-os e usai da emboscada contra eles... Quando, no campo de batalha, enfrentardes os que descrêem, golpeai-os no pescoço. Combatei os que não crêem no último dia e não proíbem o que Deus e Seu Mensageiro proibiram... Até que paguem, humilhados, o tributo (Jyza, uma taxa especial para os que não eram muçulmanos)... E combatei-os até que não haja mais idolatria e que a religião pertença exclusivamente a Deus... (Sura 9:5; 47:4; 9:29; 8:39). Os muçulmanos entendem que estas batalhas surgiram em função do fato de que estavam sendo atacados, porém há discussão entre os intelectuais sobre se este era realmente o caso.
Baseado neste princípio, o Islã dividiu o mundo em duas partes: o Dhar-ul-Islam e o Dhar-ul-Harb, isto é, o território do Islã e o território de guerra! A guerra santa não apenas tinha o objetivo de amealhar bens, mas também de conquistar os vencidos para o Islã. Hoje tal guerra já não se faz pela espada, mas pela aplicação de enormes somas de dinheiro dos países muçulmanos em países pobres, como forma de atraí-los ao Islã. A violência tem sido a característica, não da comunidade islâmica em geral, mas, sim, dos radicais.
Maomé morreu em 632 a.D., mas não sem antes tomar a cidade de Meca. Ele aproximou-se da cidade com dez mil guerreiros e o povo de Meca rendeu-se, sem resistência nenhuma. Maomé destruiu todos os ídolos, mas manteve como prática islâmica a peregrinação a Kaaba, em Meca, o que já era prática comum na Arábia, mesmo antes de o Islamismo ser implantado. Nos séculos seguintes, a nova fé espalhou-se, seja pela espada, seja por meio do comércio, por todo o Oriente Médio, Norte da África, parte da Índia, Espanha, África Oriental e Ásia Central.
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