Um outro problema do budismo são as muitas formas que ele assume. Em resultado disso, há uma enorme variedade de crenças, nas diferentes seitas budistas, e muitas contradições.
Diante dessas e de outras diferenças, pode-se perceber de imediato que é simplesmente impossível qualquer tentativa de harmonização entre o budismo e o Cristianismo.
4.1 – DEUS OU BUDA?
Há diferenças radicais entre o budismo e o Cristianismo que impossibilitam qualquer tentativa de conciliação entre as duas fés. O ponto de vista budista da realidade é, basicamente, monista. Ou seja, é negada a existência de um Criador e Senhor Pessoal. O mundo operaria através de poder e leis naturais, e não por comando divino. Há aqueles que deificam Buda, mas com ele adoram outros deuses.
Qualquer preceito de Deus está acima da capacidade de apreensão humana, e visto que o budismo é uma abordagem prática da vida, por que não tratar com coisas práticas? Na Índia, onde o budismo nasceu, havia tantas divindades hindus que ninguém podia enumerá-las. Geralmente, eram feitas à imagem do homem, mas o budismo gira em torno da imagem de conceitos, grandes conceitos sobre a vida e como deve ser vivida. Quando essa verdade é reconhecida, com freqüência dizemos a nós mesmos que o budismo não tem Deus num sentido hindu ou cristão, nem coma com um salvador ou Messias. Mas tem Buda. E ele foi o Iluminado, Aquele que mostra o caminho.11
Resposta Apologética:
Se é para os cristãos e os budistas dialogarem entre si, devem falar em valores ulteriores. Para os cristãos, o valor ulterior é Deus; para o budista, o valor ulterior é o nirvana. O cristão recebe da parte de Deus seu poder infinito para sustentá-lo no mundo de dureza e sofrimento. Jesus sabia que seria impossível seus discípulos se separarem do sofrimento do mundo, conforme os budistas procuram fazer. O que Ele sugeriu, então? Que Deus preserva seu povo do mal dentro do mundo. E a coexistência pacífica. Deus existe, e é galardoador dos que o buscam (Hb 11.6); ...desejamos antes deixar este corpo, para habitar com o Senhor (2 Co 5.8); Não peço que os tires do mundo, mas que os livres do mal (Jo 17.15).
A Bíblia deixa claro que não somente existe um Deus pessoal, mas também que Ele é o legítimo ser que merece adoração: para que saibais e me creiais e entendais que sou eu mesmo, e que antes de mim deus nenhum se formou, e depois de mim nenhum haverá (Is 43.10b). Assim diz o Senhor, Rei de Israel, seu Redentor, o Senhor dos Exércitos: Eu sou o primeiro, e eu sou o último, e além de mim não há Deus (Is 44.6). Eu sou o Senhor teu Deus que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão. Não terás outros deuses diante de mim (Ex 20.2-3). Então Jesus lhe ordenou: Retira-te, Satanás, porque está escrito: Ao Senhor teu Deus adorarás, e só a ele servirás (Mt 4.10).
4.2 - A SALVAÇÃO
No budismo, a salvação é uma libertação, que a pessoa consegue por conta própria, de toda a infelicidade. Por meio da meditação, a pessoa consegue melhor carma e transmigração. O Bodhisattva resolve permanecer mais tempo para ajudar a outros sofredores no seu caminhar pelo mundo. E, portanto, um tipo de salvador. A salvação não envolve o próprio eu para ser crucificado. Não existe o próprio-eu, não é necessária nenhuma crucificação, não há vista chocante a ser contemplada à beira da estrada. O Buda morre deitado, ao passo que Cristo morre numa posição vertical. Do ponto de vista budista, trata-se de uma demonstração da paz do Buda, e da agonia de Cristo que, procurando transformar as coisas, destruiu-se a si mesmo.
Resposta Apologética:
O pecado, e não o desejo, é a base da infelicidade, da desgraça. A salvação consiste em aceitá-lo pela fé, sem haver nada a ser acrescentado. Ele é o único Salvador e Mediador entre Deus e o homem. Por que era necessária a crucificação? O calvário revela que Deus tomou sobre si a carne e o sangue, a fim de que pudesse entrar nas profundezas do mal. Aceitou a existência do mal. Não fingiu que o mal existia, nem o evitou. Viu a crucificação como preço a ser pago pela salvação.
O isolamento é um problema no budismo. O budista pode deixar seus pensamentos de boa vontade para com os outros irradiarem-se em suas meditações. Mas não está pessoalmente envolvido; o budismo não requer nenhuma ação. O ágape cristão importa em envolvimento; a pessoa não se isola. Aceita o sofrimento como de si mesmo. Ágape, a palavra bíblica que significa amor, pode ser traduzida por ação redentora. Levando ele mesmo em seu corpo os nossos pecados sobre o madeiro, para que, mortos para os pecados pudéssemos viver para justiça; e pelas suas feridas fostes sarados (1 Pe 2.24). Em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há... pelo qual devamos ser salvos (At 4.12). Amados, amemo-nos uns aos outros, porque a caridade é de Deus... Aquele que não ama não conhece a Deus; porque Deus é caridade. Nisto se manifestou a caridade de Deus para conosco: que Deus enviou seu Filho unigênito ao mundo, para que por ele vivamos (1 Jo 4.7-9).
4.3 - O HOMEM
Em consonância com as crenças budistas, o homem nada vale, pois teria existência meramente temporária. E o corpo físico é um empecilho.
Resposta Apologética:
Para Deus, o homem tem valor infinito, pois foi criado à imagem e semelhança de Deus: Façamos o homem a nossa imagem, conforme a nossa semelhança (Gn 1.26). O corpo para o crente é um instrumento que glorifica a Deus. Ou não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos? (1 Co 6.19).
© Copyright 2000-2024 Instituto Cristão de Pesquisas
Ícones feitos por Freepik from www.flaticon.com