Entrevista



John Ankerberg - Os homossexuais podem mudar sua orientação sexual?


Da Redação
John Ankerberg, 66 anos, é norte-americano, evangelista e apresentador de um programa de televisão nos EUA. Desde a sua ordenação, pela Igreja Batista, escreveu mais de 91 livros de cunhos religiosos. É, também, fundador e presidente do Ankerberg Theological Institute, Chicago, Illinois. Em 1972, obteve mestrado em história e filosofia do pensamento cristão pela Trinity Evangelical Divinity School e, em 1978 , doutorado, na mesma área, pelo Bethel Theological Seminary, Saint Paul, Minnesota.

Em entrevista à Defesa da Fé, fala de suas equilibradas considerações sobre a prática homossexual à luz de estudos científicos e das Escrituras.


Defesa da Fé: Você acredita na homossexualidade inata? Ou seja, uma pessoa pode nascer homossexual?

John Ankerberg: Ativistas homossexuais, frequentemente, afirmam que nasceram assim, e que a orientação sexual é semelhante a algo como a cor dos olhos ou ser canhoto. Dizem que suas preferências sexuais são inevitáveis e imutáveis, devido a fatores biológicos. Portanto, segundo esses ativistas, o estilo de vida homossexual deveria ser aceito pela sociedade como algo natural. Apesar da afirmação da maioria dos militantes desse segmento, mesmo nos dias atuais, dois terços dos homossexuais, aparentemente, não acreditam que “nasceram assim”. Se a maioria dos homossexuais não acredita que “nasceu assim”, por que a maioria dos heterossexuais deveria acreditar nessa afirmação?

Defesa da Fé: Os estudos científicos dão apoio biológico à homossexualidade? Fale um pouco sobre a tendenciosidade dos pesquisadores.

John Ankerberg: Até hoje, não há evidências absolutas, por parte das ciências biológicas, que comprovem isso. Nenhuma pesquisa jamais provou cabalmente uma base orgânica para a homossexualidade. Além disso, como bem está sendo perguntado, admito meu ceticismo quanto a algumas ou a maioria das pesquisas atuais. A tendenciosidade na pesquisa é um fator funcional evidente em muitos desses estudos. Basta considerarmos a pergunta: “Qual é a porcentagem de pesquisadores, que também são homossexuais, interessada em achar uma base biológica para a homossexualidade?”. Quantos pesquisadores, nesse campo, podem estar deliberadamente escondendo sua preferência sexual para emprestar uma suposta objetividade científica às suas conclusões pessoais? Tenho analisado muitas credencias de pesquisadores nessa área, mas eles nunca são apresentados em todos os aspectos de suas vidas. Academicamente, nunca haverá uma apresentação tal como: “fulano é terapeuta e pesquisador homossexual”.

Defesa da Fé: Seria correto afirmar que a homossexualidade é uma tendência adquirida ao longo da vida?

John Ankerberg: O pesquisador Wainright Churchill afirma que a sexualidade humana depende de um aprendizado e de um condicionamento. O padrão de comportamento sexual de um indivíduo é adquirido no contexto de suas experiências singulares. Não é, de maneira alguma, um comportamento inato ou herdado. A experiência de um despertamento homossexual na infância ou adolescência, e o envolvimento com atividades homossexuais genitais são fortes indicadores de futura homossexualidade adulta. Essa conclusão é enfatizada pelo Instituto de Pesquisa da Família de Washington, D.C. (EUA), que dirigiu uma pesquisa nacional feita, ao acaso, com 4340 adultos. Nessa pesquisa, 96% dos homens heterossexuais indicaram que sua primeira experiência sexual foi heterossexual. Mas 85% dos homens homossexuais indicaram que sua primeira experiência foi bissexual ou homossexual.. Além disso, estudos mostram que homossexuais frequentemente trocam sua própria sexualidade. Uma pesquisa do Instituto Kinsey apontou que 84% dos homossexuais mudaram sua orientação sexual para a heterossexualidade pelo menos uma vez. Desses, 32% relataram uma terceira troca e 13%, pelo menos, cinco mudanças. Outra pesquisa concluiu que 82% das mulheres homossexuais já haviam se apaixonado por alguém do sexo oposto; 67% das mulheres homossexuais e 54% dos homens homossexuais informaram ter, no ato presente da pesquisa, atração sexual pelo sexo oposto; e 85% das mulheres homossexuais e 54% dos homens homossexuais, depois de adultos, tiveram relações sexuais com alguém do sexo oposto. Como a homossexualidade seria imutável se a maioria dos homossexuais já se sentiu atraída sexualmente ou teve relações com pessoas do sexo oposto? Por tudo isso, o ponto de vista biológico tem-se tornado cada vez menos justificável e a aquisição desse comportamento, ao longo da vida, resta como a resposta mais lógica.

Defesa da Fé: O que devemos considerar quando alguns homossexuais afirmam, com sinceridade, que se sentem diferentes?

John Ankerberg: Essa autopercepção diz pouco ou nada a respeito da verdadeira origem da homossexualidade, porque a percepção, em si, pode ser uma interpretação inexata ou uma turva lembrança de outra coisa completamente diferente. A interpretação desse tipo de sensação reflete, de maneira precisa, a predeterminação biológica ou será que foi colorida e interpretada à luz da própria experiência homossexual? Roger Montgomery, por exemplo, ex-homossexual, foi estuprado várias vezes, quando criança, por um vizinho. Muito confuso e assustado com as ameaças desse homem, para que não falasse nada a ninguém, só restava a Roger se submeter. Mas, aos poucos, aconteceu uma transformação. O que foi inicialmente uma experiência horrível e dolorosa, começou a ser visto como algo que trazia prazer. Essa foi a única experiência de sexo que Roger teve, o que explica o fato de ele nunca ter tido a percepção de desejos heterossexuais. Por meio de tais experiências, sua orientação sexual se tornou “fixa” e, por isso mesmo, ele tinha pouca necessidade ou nenhuma relação heterossexual. Isso levanta uma questão séria. A saber: quantos homossexuais só se lembram de terem desejos homossexuais porque essa foi a única sexualidade a que foram submetidos? Outro argumento bastante usado pelos homossexuais em favor de suas sensações é a incapacidade que têm de se lembrarem de terem feito uma escolha pela homossexualidade. Ora, esse lapso de memória não significa que não houve uma escolha. Diariamente, os homossexuais preferem (por escolha própria) permanecer nessa condição. Podemos deixar de enxergar os impactos de nossas escolhas, porque decisões que moldam a nossa vida, muitas vezes, não são grandes e destacadas, mas pequenas e cumulativas. Concluindo, pode ser que nunca venhamos a saber com certeza uma causa única ou exata para a homossexualidade na vida de uma pessoa, mas a irresponsabilidade dos pais, o molestamento e a falta de religião na educação dos filhos parecem ser fatores-chave. A ideia de que homossexuais “nasceram desse jeito” e “nunca poderão mudar” é um mito.

Defesa da Fé: Qual é a premissa básica por trás da interpretação homossexual das Escrituras, a chamada “teologia gay”?

John Ankerberg: Para os homossexuais, o argumento fundamental é que a Bíblia, se compreendida adequadamente, não condena a homossexualidade em si. Quando muito, condena apenas a promiscuidade homossexual — tipicamente relacionada à prostituição cultual da antiguidade. O argumento é, portanto, histórico. As passagens bíblicas que trataram com as situações históricas no passado remoto seriam “condicionadas culturalmente”, não sendo mais relevantes à ética sexual cristã do presente. Com isso, os adeptos da “teologia gay” querem dizer que cada referência bíblica que, alegadamente, condena a homossexualidade como pecado tem sido interpretada erroneamente pela Igreja. Por quase 3.500 anos, os judeus (e, por 2000 anos, os cristãos) têm interpretado falsamente suas Escrituras, apesar de esses escritos serem claros em seus ensinamentos. Os homossexuais atuais ficariam muito mais satisfeitos se eles próprios tivessem escrito a Bíblia toda.

Defesa da Fé: Quais são os problemas do argumento do “condicionamento cultural”?

John Ankerberg: Primeiramente, a rejeição da homossexualidade pelas Escrituras tem base principalmente no relato da criação no Gênesis, que se aplica a todas as culturas. Esse relato antecede a lei de Moisés e a teocracia de Israel, portanto, não está culturalmente limitado. Em segundo lugar, o que as Escrituras ensinam sobre moral no Antigo Testamento, também ensinam no Novo Testamento. Essa uniformidade prova, ainda, que esses textos bíblicos transcendem as supostas limitações culturais. De fato, quando Deus deseja especificar que algo é temporal ou “culturalmente condicionado”, Ele o faz. Os aspectos cerimoniais da lei de Moisés, por exemplo, instruídos no Antigo Testamento, são rescindidos no Novo. Daí, podemos concluir que, se as proposições de Deus, contrárias à homossexualidade, fossem restritas a uma época ou a práticas específicas, Deus certamente nos teria dito isso no Novo Testamento. Finalmente, o argumento da cultura faz o “tiro sair pela culatra”, pois todas as culturas colocaram limites à homossexualidade, e nenhuma cultura conhecida jamais permitiu a homossexualidade como preferência para a maioria dos adultos durante a maior parte do ciclo da vida.

Defesa da Fé: O que o relato da criação ensina sobre o estilo de vida homossexual?

John Ankerberg: Para começar, homens e mulheres não são o produto cego de uma evolução ao acaso em que, literalmente, nada é normativo e os indivíduos são livres para escolher sua própria moralidade ou sexualidade. Os homens devem prestar contas ao Deus que os criou. Os homens, em verdade, não são o produto de uma natureza impessoal que não se importa com o estilo de vida deles. Primeiro, no contexto da criação divina, a aceitação da homossexualidade viola a ordem e a essência da própria criação humana, pois a comunhão sexual íntima foi pretendida somente para o homem com a mulher. Segundo, os homossexuais não podem obedecer ao mandamento de Deus quanto à procriação. Se Adão tivesse decidido ser homossexual, ninguém jamais teria nascido. Terceiro, a homossexualidade constitui uma rebelião consciente contra Deus. De acordo com Romanos 1.32, além de outras passagens bíblicas, os homossexuais sabem que seu comportamento é pecaminoso. E, por último, é mister lembrar que a Bíblia está repleta de premissas do relato da criação. O único padrão mantido e defendido é o heterossexual: o Senhor é descrito como o noivo fiel e Israel, como a noiva, indicando que o amor heterossexual pode ser a base para se expressar o mistério de Deus em amar a raça humana. O autor de Efésios reitera essa mesma verdade revelada sobre a sexualidade humana no contexto em que o marido é comparado a Cristo e a mulher, à Igreja. Se Deus tivesse criado o homem andrógino, todas essas simbologias não fariam o menor sentido.

Defesa da Fé: Como uma pessoa poderia abandonar a homossexualidade?

John Ankerberg: Deixar o estilo de vida homossexual pode ser relativamente fácil ou difícil, dependendo de diversos fatores. O passo mais importante é aceitar que o estilo de vida homossexual é biblicamente errado e resolver mudar. A mudança é claramente possível para os homossexuais que queiram mudar, e Deus concederá graça e poder àqueles que se voltarem para Ele com fé, desejosos de agradá-lo com seu comportamento sexual. Neste caso, o importante é uma oração de arrependimento diante de Deus, o incentivo e o aconselhamento constante àqueles que já fizeram isso. Aqueles que já fizeram essa oração devem saber que as inclinações pelo mesmo sexo podem, mas provavelmente não vão, cessar automaticamente. O pecado da homossexualidade é igual a qualquer outro pecado sexual, e requer tempo e paciência para ser vencido. Outro passo importante é o rompimento explícito e permanente de todos os laços com a comunidade homossexual, incluindo, se necessário, as amizades anteriores. Nenhuma brecha de tentação deve ser permitida. Toda rejeição ao pecado equivale à autonegação e, é claro, é algo doloroso, mas o simples fato da dificuldade não nos isenta da responsabilidade diante de Deus de amá-lo como Ele nos amou. Milhares de homens e mulheres homossexuais testemunharam que existe vitória completa, e aqueles que acabaram de começar seu novo estilo de vida devem ser encorajados por esse fato. “Macho e fêmea os criou”!

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