Defesa da Fé – Por que, apesar de todos os problemas teóricos do evolucionismo, essa teoria ainda prospera em nossa sociedade atual?
Duane Gish – Temos, na atualidade, um considerável conjunto de evidências lógicas e científicas que contradizem a teoria da evolução, algumas das quais parecem ser absolutamente incompatíveis com a teoria. A importância da natureza dessas evidências nunca é enfatizada nos livros escolares usados nas escolas públicas e faculdades. Em verdade, essas evidências, raramente, são mencionadas. Como resultado, os estudantes de biologia ficam expostos a toda e qualquer evidência apresentada em favor da teoria evolucionista, mas não são advertidos de sua fragilidade, nem das evidências que realmente contradizem essa teoria. Portanto, devemos reconhecer que tal processo educacional resulta em uma doutrinação, a partir de determinado ponto de vista ou filosofia com base no conceito de que a origem do Universo, a origem e a diversidade da vida, diante de toda a realidade, deve ser explicada apenas com base nas leis da química e da física. A possibilidade de um Criador ou da existência de um Ser sobrenatural fica excluída. Estamos convencidos de que o motivo pelo qual a teoria da evolução está sendo tão amplamente aceita hoje é porque os nossos cientistas e professores de biologia são produtos de um sistema educacional dominado por essa filosofia naturalista, mecânica e humanista.
Defesa da Fé – O senhor enfatiza em seus debates que a teoria da evolução transgride algumas leis fundamentais da natureza. Poderia mencionar exemplos?
Duane Gish – Sim. A teoria da evolução transgride duas leis fundamentais da natureza relacionadas à termodinâmica. A primeira delas declara que não importa que mudanças se efetuem, nucleares, químicas ou físicas, a soma total da energia e da matéria (realmente equivalentes) permanece constante. Entretanto, nada, atualmente, está sendo criado ou destruído nesses termos, embora transformações de qualquer espécie possam acontecer.
A segunda declara que cada alteração que acontece tende natural e espontaneamente a sair de um estado ordenado para um estado desordenado, do complexo para o simples, de um estado de energia alta para um estado de energia baixa. A quantidade total de casualidade ou desordem no Universo está constante e inevitavelmente aumentando. Qualquer aumento na ordem e complexidade que possa ocorrer, portanto, só poderia ser local e temporária; mas a evolução exige um aumento geral na ordem que se estenda através dos períodos geológicos, o que, segundo essa lei, seria impossível, em termos gerais. Veja o leitor: são duas leis contra uma teoria!
Defesa da Fé – Então, as próprias leis da física se opõem à teoria evolucionista? Seria possível aos evolucionistas driblarem esse problema, mencionando algum tipo de exceção?
Duane Gish – De maneira alguma! Considerando que o Universo, como um relógio, está-se deteriorando, é óbvio que ele não existiu eternamente. Mas, de acordo com a primeira lei da termodinâmica, a soma total da energia e matéria-prima é sempre uma constante. Como podemos, então, por meio de uma pura e simples base natural, explicar a origem da matéria e da energia das quais o Universo é composto? A continuidade evolucionária, do cosmos ao homem, é criativa e progressiva, enquanto que as duas leis da termodinâmica declaram que os processos naturais conhecidos são quantitativamente conservativos e qualitativamente degenerativos. Em qualquer caso, sem exceção, ao serem submetidas a testes, essas leis foram comprovadas e válidas. Os expoentes pesquisadores da teoria evolucionista ignoram o observável, a fim de aceitarem o inobservável (a origem evolucionista da vida e das principais espécies das coisas vivas).
Defesa da Fé – Além da física, há outras ciências que contradizem os pressupostos evolucionistas?
Duane Gish – Sim! A ciência das probabilidades! O processo evolucionário aconteceu supostamente pelas alterações mutacionais ocasionais. Certa vez, Salisbury, em sua obra, The american biology teacher [O professor de biologia norte-americano], atacou esse conceito e foi aplaudido por diversos matemáticos. Um simpósio foi realizado no Instituto Wistar, no qual matemáticos e biólogos evolucionistas apresentaram pontos de vista contrários. Um dos matemáticos, Murray Eden, declarou: “Alegamos que, se o 'acaso' receber uma interpretação séria e crucial de um ponto de vista das probabilidades, o postulado do acaso é altamente implausível, e que uma teoria científica adequada da evolução deve aguardar a descoberta de novas leis naturais: físicas, fisioquímicas e biológicas”. A alegação de Salisbury e daqueles matemáticos é que o aumento na complexidade e o progresso que supostamente tem acompanhado a evolução por meio das mudanças ao acaso exigiriam um período de tempo bilhões de vezes maior do que três bilhões de anos (que já é muito!). Esses são outros postulados contundentes contra o “acaso evolucionista”.
Defesa da Fé – Segundo o ponto de vista científico, a legitimidade da evolução das espécies poderia ser constatada por meio de um exame do registro histórico. Que tipo de evidência daria apoio ao conceito evolucionista?
Duane Gish – Nenhuma. No livro Critique of evolution, an introduction to origin of species [Crítica da evolução: uma introdução ao estudo acerca das origens das espécies], Thompson, especialista reconhecido no assunto, declarou: “Portanto, se encontramos nas camadas geológicas uma série de fósseis apresentando uma transição gradual das formas simples para as complexas, e pudermos ter a certeza de que correspondem a uma verdadeira seqüência de tempo, então deveríamos nos inclinar a achar que a evolução darwiniana aconteceu, ainda que o seu mecanismo continue desconhecido”. Se os invertebrados deram origem aos vertebrados, os peixes aos anfíbios, os anfíbios aos répteis, os répteis às aves e aos mamíferos — cada transformação exigindo milhões de anos e envolvendo inúmeras formas transicionais — então, o registro fóssil deveria certamente contar com um bom número representativo desses tipos transicionais.
Thompson prossegue, dizendo: “Isso certamente é o que Darwin teria desejado transmitir, mas, naturalmente, não foi capaz. O que os dados disponíveis indicavam era: a) uma notável ausência dessas muitas formas intermediárias necessárias para a teoria e b) a ausência de tipos primitivos que deveriam existir nas camadas consideradas mais antigas”. Mais adiante, Thompson declara: “... e eu diria que a posição não é notavelmente diferente hoje em dia. Os modernos paleontólogos darwinianos são obrigados (exatamente como os seus predecessores e o próprio Darwin) a diluir os fatos com hipóteses subsidiárias que sejam plausíveis na natureza das coisas não verificáveis”.
Defesa da Fé – Vemos, portanto, que o próprio evolucionismo é carente de dados para fundamentar sua teoria. Dê-nos um exemplo relacionado ao problema das formas transicionais.
Duane Gish – Uma transição pregada pelo evolucionismo é a de que os vertebrados evoluíram de um invertebrado. Essa é urna pressuposição que não pode ser documentada por meio do registro fóssil, porque simplesmente não existem as formas de vida que atestam essa transição. O que temos são vertebrados e invertebrados e nada mais. Não há meio-termo. O que há é um enorme abismo entre os invertebrados e os vertebrados sem uma ponte de formas transicionais. O primeiro suposto vertebrado é um peixe da classe Agnatha e ele é 100% vertebrado; não é meio a meio, não representa uma forma de transição. Sobre a sua possível origem evolucionária, disse o biólogo Ommanney, em sua obra The fishes [Os peixes]: “Como essa mais antiga família de cordatas evoluiu, que estágios de desenvolvimento atravessou até que, finalmente, deu origem a criaturas verdadeiramente parecidas com peixes, não sabemos. Entre os períodos cambriano e o ordoviciano, quando os primeiros fósseis de animais com características verdadeiramente parecidas com os peixes apareceram, há uma brecha de, talvez, cem milhões de anos que, provavelmente, nunca seremos capazes de preencher”. Agora, analise o leitor: cem milhões de anos e nenhuma forma transicional. Incrível! É claro que isso depõe contra a própria existência dessas formas transicionais, que não passam de mera ficção científica. A verdade é uma só: a grande explosão de seres vivos altamente desenvolvidos e complexos é extremamente contraditória à teoria evolucionista, mas é exatamente o que poderia ser predito com base na criação especial (divina).
Defesa da Fé – A falta de evidências leva os evolucionistas ao reconhecimento de que defendem uma teoria e não uma lei?
Duane Gish – Isso é relativo. Quando o evolucionismo é objeto de estudo de um pesquisador sério, guiado por metodologias de pesquisa realmente científicas, sim! Mas, existem aqueles que simplesmente crêem no evolucionismo como se fosse uma questão de fé no acaso. Em relação a estes, a resposta é: não! O professor G. A. Kerkut, um evolucionista, declarou, em seu importante livro Implications of evolution [Implicações da evolução]: “Há a teoria de que todas as formas vivas no mundo vieram de uma única fonte que também veio de uma forma inorgânica, teoria que pode ser chamada de ‘Teoria geral da evolução’, mas as evidências que a sustentam não são suficientemente fortes para nos permitir considerá-la algo mais do que uma hipótese que funciona”. Cremos que a criação especial realmente oferece uma melhor explicação científica. Restringir os ensinamentos sobre as origens a uma simples teoria, a da evolução orgânica, e ensiná-la como fato científico estabelecido, constitui doutrinação de uma filosofia religiosa humanista. Por isso, com espírito de honestidade e liberdade acadêmica, rogamos que haja uma apresentação equilibrada de todas as evidências nas escolas e, principalmente, nos meios acadêmicos.
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