Absurdo! É exatamente isso que alguns irmãos dizem ao saber que o seu pastor vai entrar em férias. Para esses, o ministro do evangelho não possui o direito de descansar. Afinal, ele é pastor e, como tal, tem de se dedicar, em período integral, à obra de Deus. O que, talvez, essas pessoas desconheçam é que o pastor possui as mesmas necessidades de uma pessoa qualquer, logo, tem o direito de separar tempo para se dedicar ao descanso e à família.
A igreja que investe no seu pastor, incentivando-lhe a gozar férias, é a primeira a ser beneficiada. Quando isso não ocorre, as consequências são extremamente negativas, até porque, em virtude do desgaste do ministério, o rendimento pastoral não é o mesmo.
É claro que existem pastores que não possuem essa visão e que, por se acharem especiais, assumiram publicamente o perfil de "salvador da pátria", tentando absorver para si todas as atividades e demandas da igreja. Tais líderes, devido à sua insegurança ministerial, centralizaram o poder em si mesmo, não se permitindo, em momento algum, ausentar-se da igreja. Por outro lado, existem igrejas que se satisfazem com o estilo super-herói do pastor, esperando que ele seja incansável e que trabalhe ativamente jogando em todas as posições, batendo escanteio e fazendo gol de cabeça (para usar uma metáfora futebolística).
Outra razão pela qual a igreja deixa de fazer esse investimento é porque vivemos alguns contextos (sem generalizar) em que o pastor é mais um "executivo de empresa" do que pastor propriamente dito. A igreja deixou de ser organismo para ser organização e, queiramos ou não, o pastor tem de "dar conta do recado", tem de apresentar resultados. Do contrário, ele não é bom pastor, seu ministério é "queimado", "taxado", e lá se vai mais um frustrado. Daí a razão de um esforço sobre-humano, a fim de corresponder às expectativas.
As férias pastorais são motivos de bênçãos para o ministro e para a igreja. Para o pastor, porque tem a oportunidade de "renovar as suas baterias", além, obviamente, de ter um tempo, ainda que pequeno, para investir integralmente na sua relação familiar. E, para a igreja, porque, ao receber o pastor de volta, tem-no totalmente renovado, pronto para um novo ciclo que se inicia.
Igrejas que incentivam os seus pastores a entrar em férias demonstram amor e consideração por aquele que, com dedicação e esmero, tem-se doado a favor do reino.
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