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O que podemos saber a respeito da epístola escrita à igreja de Laodicéia (Ap 3.14-22)?


Diferentemente das cidades vizinhas de Hierápolis, que possuíam fontes térmicas medicinais (quentes) e Colossos, que se abastecia de água fria da montanha, Laodicéia, apesar de ser uma cidade próspera e rica, recebia seu suprimento de água de uma fonte distante que chegava à cidade por meio de tubos. Em conseqüência disso, a água era morna e pouco potável. Cristo utiliza essa situação e, por analogia, orienta a igreja a abandonar a sua mornidão espiritual. Após um terremoto na região, enquanto outras cidades estavam aceitando a ajuda imperial, o povo de Laodicéia a rejeitou, porque, segundo seus moradores acreditavam, eram ricos e não tinham necessidade de nada: "Como dizes: Rico sou, e estou enriquecido, e de nada tenho falta; e não sabes que és um desgraçado, e miserável, e pobre, e cego, e nu"(Ap 3.17).

Essa cidade também era muito conhecida pela sua fabricação de lã macia e preta, por seus vestidos caros feitos desse material, por sua escola de medicina e por um "pó frígio", do qual se fazia um colírio bem conhecido. Daí a importância do versículo 18: "Aconselho-te que de mim compres ouro provado no fogo, para que te enriqueças; e roupas brancas, para que te vistas, e não apareça a vergonha da tua nudez; e que unjas os teus olhos com colírio, para que vejas".

Como podemos ver, há um padrão nas mensagens enviadas a cada uma das igrejas: uma mensagem de louvor; uma mensagem de repreensão; um título simbólico de Cristo, adaptado às necessidades da igreja; uma promessa àqueles que vencem; e uma referência histórica que esclarece um pouco a mensagem. Laodicéia é a única que não recebe elogios, porque era uma igreja "nem quente, nem fria", chamada de "infiel testemunha", e para quem Cristo se apresenta como o Amém, a Testemunha fiel e verdadeira.


Por Marcos Heraldo Paiva

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