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Em Levítico 11.13-19, a Bíblia classifica o morcego como um pássaro. Ela errou?


A Bíblia não se propõe a descrever cientificamente as categorias biológicas, mas, sim, as genéricas.

"Das aves, estas abominareis; não se comerão, serão abominação: a águia, e o quebrantosso, e o xofrango, e o milhano, e o abutre segundo a sua espécie. Todo o corvo segundo a sua espécie, e o avestruz, e o mocho, e a gaivota, e o gavião segundo a sua espécie. E o bufo, e o corvo marinho, e a coruja, e a gralha, e o cisne, e o pelicano, E a cegonha, a garça segundo a sua espécie, e a poupa, e o morcego" (Lv 11.13-19; grifo do autor).

Nestes versículos, observamos uma listagem de pássaros proibidos para alimentação. Dentre tantas espécies, é mencionado também o morcego. Sabemos que o morcego não é um pássaro. Isto não significa que a Bíblia está errada? Não. Devemos considerar que a ela não se propõe a descrever cientificamente as categorias biológicas, mas, sim, as genéricas. Por isso, o que encontramos nas Escrituras, muitas vezes, são descrições sob a perspectiva daquilo que vemos, ou seja, que é passível de conhecimento natural, intuitivo, não-científico.

No caso em questão, o morcego é categorizado simplesmente como um pássaro porque, como os pássaros, voa e é semelhante em tamanho. Se não soubéssemos que se trata de um mamífero, naturalmente o classificaríamos como um pássaro também. Desta forma, para os hebreus dos tempos antigos, classificar um morcego como pássaro era perfeitamente lógico. Mas em tempos modernos (quando a ciência de pode categorizar espécies de animais), sabemos que o morcego é, de fato, um mamífero, não um pássaro. Em suma, conhecendo o propósito da narrativa bíblica, não há qualquer problema com sua descrição.


Por Cláudia Aguiar

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