Ceticismo. Confronta esta passagem com Levítico 19.11, afirmando que Sifrá e Puá mentiram a Faraó, transgredindo a lei, mas, mesmo assim, Deus as abençoou, o que implicaria em contradição quanto ao que a Bíblia ensina a respeito (1.20,21).
Resposta apologética: A ordem do rei era para que as parteiras praticassem o infanticídio contra o povo hebreu (1.16). Para evitar a barbaridade do ato, as parteiras lançaram mão de uma estratégia: a morosidade (demora). Assim, as mães davam à luz aos seus filhos sozinhas, e quando as parteiras chegavam já era tarde, não podiam mais matar as crianças, porque, caso cometessem o ato, eram condenadas à pena de morte. E, para se livrarem dessa sentença, preferiam apresentar ao rei "meias-verdades" (1.19). Ou seja, não revelavam a Faraó que haviam chegado tarde para o trabalho de parto. O atraso das parteiras, como vimos, era proposital.
Embora as Escrituras registrem as faltas de pessoas tementes a Deus, tais pessoas, porém, jamais as recomendam. O Senhor Deus não abençoou aquelas mulheres (1.20,21) por terem mentido a Faraó, mas porque foram tementes ao Senhor, preservando o povo hebreu da extinção pelo decreto sanguinário do rei egípcio. Neste sentido, se acha consagrado o princípio de que a lealdade ao Senhor nem sempre concorda com as ordens arbitrárias e injustas dos governantes (ou mandantes) seculares (Rm 13; 1Pe 2.17).
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