Mormonismo. Geralmente, os adeptos desse grupo religioso usam esta passagem para recomendar às pessoas que orem a Deus para saber se o Livro de Mórmon é verdadeiro. Se a pessoa orar e receber um ardor no peito, o livro é verdadeiro. Caso contrário, a interpretação é de que a oração não foi sincera.
Resposta apologética: Como podemos constatar, os mórmons não apontam evidências que autentiquem a suposta inspiração divina do Livro de Mórmon, antes, pedem para que as pessoas leiam o livro e orem para saber se ele é ou não inspirado por Deus.
O Livro de Mórmon diz: “E, quando receberdes estas coisas, eu vos exorto a perguntardes a Deus, o Pai Eterno, em nome de Cristo, se estas coisas não são verdadeiras; e, se perguntardes com um coração sincero e com real intenção, tendo fé em Cristo, ele vos manifestará sua verdade disso pelo poder do Espírito Santo” (Moroni 10:4). E citam, ainda, o texto bíblico em referência para apoiar essa prática. Por conta disso, a grande maioria dos mórmons diz ter sentido um “ardor no peito” como um sinal (testemunho) do Espírito Santo de que o Livro de Mórmon é inspirado.
Mas será que esse espírito é, de fato, o Espírito Santo? Como podemos testar os espíritos? É de vital importância aplicar os testes apropriados para avaliar esses tipos de reivindicações espirituais, porque a Escritura Sagrada nos alerta o seguinte: “Há um caminho que ao homem parece direito, mas o fim dele conduz à morte” (Pv 14.12). Embora sejamos exortados a orar sem cessar (1Ts 5.17), a Bíblia, porém, não ensina, em nenhum lugar, que a oração seja um teste para avaliar a verdade.
Alguém, no entanto, pode indagar: “Então, o que o texto em referência quer dizer?”. No contexto do primeiro capítulo, podemos constatar que Tiago se refere à prova da fé por meio das tentações (1.2,3,12,13). Se nos falta sabedoria, somos exortados a pedi-la ao Senhor, para que possamos enfrentar as provas e as tentações com um comportamento aprazível a Deus. O apóstolo Paulo foi claro ao chamar a atenção dos gálatas para que não ouvissem aqueles que estivessem ensinando outro evangelho (Gl 1.6-8). Sabemos que há muitos falsos mestres pregando falsos evangelhos, falsos Jesus e, obviamente, todas essas heresias são propagadas por intermédio de espíritos profanos (2Co 11.3,4,13,14).
A oração seria o único método para identificarmos o que é o verdadeiro?
Como poderíamos saber?
O perigo desse tipo de oração, para identificar a verdade, é a dificuldade em distinguir a veracidade dos testemunhos espirituais e sua procedência. Não podemos confiar nos sentimentos do nosso próprio coração (Pv 28.26; Jr 17.9), e muito menos em qualquer testemunho espiritual. Atentemos para o que diz a Bíblia: “Amados, não creiais a todo o espírito, mas provai se os espíritos são de Deus, porque já muitos falsos profetas se têm levantado no mundo” (1Jo 4.1).
Não queremos, com isso, desestimular a oração, muito pelo contrário. Contudo, devemos aliar a oração ao exame diário das Escrituras, assim como os crentes de Beréia: “Examinando cada dia nas Escrituras se estas coisas eram assim” (At 17.11). Este é o método mais preciso para avaliar se o que o mormonismo ensina é a verdade. O teste bíblico deve estar focado na Palavra de Deus (2Tm 3.15-17). E o testemunho do Espírito Santo jamais contradirá a si próprio, pois a Bíblia afirma que “os escritores bíblicos falaram inspirados pelo Espírito Santo” (2Pe 1.21).
Perguntamos, então: “orar ou não orar?”.
Finalizamos esta nota conscientes de que devemos orar sim, mas para que o nosso poderoso Deus nos abençoe ricamente e nos ajude a destruir os conselhos e toda a altivez que se levantam contra o conhecimento de Deus, levando cativo todo o entendimento à obediência de Cristo (2Co 10.5).
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