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... circuncidando à força os meninos incircuncisos que se encontravam no território de Israel (1 Macabeus 2.46)


Catolicismo Romano. O texto apócrifo afirma que Matatias e seus amigos realizaram circuncisões à força em diversas crianças.

RESPOSTA APOLOGÉTICA. Segundo o “livro judaico dos porquês”, a circuncisão é a remoção da pele que cobre a glande, ou prepúcio, do órgão genital masculino. O verbo hebraico mul (“circuncidar”) é usado tanto no sentido literal quanto figurativo. O substantivo grego peritomé (“circuncisão”) significa, literalmente “cortar em derredor” (Jo 7.22). O termo grego akrobystía é usado na Septuaginta para traduzir a palavra hebraica para “prepúcio”, “incircuncisão” e, daí, “gentios”. Quando estudamos sobre a circuncisão na Bíblia, entendemos que não faz sentido a campanha de Matatias circuncidando crianças à força, especialmente tendo em vista o sentido espiritual que este ato representa. Na Bíblia, vemos que os “filhos de Israel entravam em aliança com Deus por meio de três ritos: a circuncisão (berit-milá), a imersão (tevilá) e o oferecimento de um sacrifício (corbán)”. Abraão foi a primeira pessoa a aceitar o chamado divino em obediência à voz de Deus (Gn 12.1), e esta aceitação foi selada com o sinal da aliança: “Este é o meu concerto, que guardareis entre mim e vós e a tua semente depois de ti: Que todo macho será circuncidado. E circuncidareis a carne do vosso prepúcio; e isto será por sinal do concerto entre mim e vós. O filho de oito dias, pois, será circuncidado; todo macho nas vossas gerações, o nascido na casa e o comprado por dinheiro a qualquer estrangeiro, que não for da tua semente. Com efeito, será circuncidado o nascido em tua casa e o comprado por teu dinheiro; e estará o meu concerto na vossa carne por concerto perpétuo. E o macho com prepúcio, cuja carne do prepúcio não estiver circuncidada, aquela alma será extirpada dos seus povos; quebrantou o meu concerto” (Gn 17.10-14). A circuncisão foi o primeiro mandamento observado por Abraão, cuja idade já era bem avançada (Gn 17.24,25). Quando os hebreus estavam prestes a celebrar a Páscoa, Moisés circuncidou todos os homens. Fez isso para que pudessem ser contados como participantes das promessas divinas e, assim, tivessem o direito de participar do cordeiro pascal (Êx 12.48). A circuncisão tornou-se um sinal de identificação com o povo da aliança e, como se vê, foi praticada pelos patriarcas desde antes da promulgação da lei mosaica, sendo, até hoje, considerada a mais importante cerimônia do judaísmo. Nenhuma comemoração ou data deve impedir o menino judeu de fazer a circuncisão, nem mesmo o sábado (Shabat) ou o Dia da Expiação (Yom Kipúr). Somente em caso de saúde, cuja gravidade possa comprometer a vida do infante, esta cerimônia pode ser adiada para outro dia após o oitavo dia do nascimento. Mesmo que o oitavo dia coincidisse com o sábado, a criança era circuncidada (Jo 7.22,23). O apóstolo Paulo ensina que “a circuncisão é, na verdade, proveitosa, se tu guardares a lei; mas, se tu és transgressor da lei, a tua circuncisão se torna em incircuncisão” (Rm 2.25). Logo, a questão é: como é possível que pessoas circuncidadas à força não se tornem transgressoras contumazes da lei e, consequentemente, se transformem em incircuncisas? O apóstolo Paulo é taxativo: sem obediência, a circuncisão se transforma em incircuncisão. O mesmo apóstolo ainda afirmou que a verdadeira “circuncisão somos nós, que servimos a Deus no Espírito, e nos gloriamos em Jesus Cristo, e não confiamos na carne” (Fl 3.3). À luz de tudo isso, e mesmo que intentássemos considerar apenas o contexto do Antigo Testamento, a circuncisão em massa e contra a vontade das pessoas não faz sentido e não cumpre o propósito divino.

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