Ceticismo. Questiona a imutabilidade divina descrita na Bíblia (Nm 23.19; Ml 3.6; Tg 1.17), uma vez que este texto sagrado identifica arrependimento na conduta de Deus, o que não condiz com sua natureza perfeita e presciente, conforme pretendida pela teologia bíblica.
Resposta apologética: O emprego do recurso de linguagem antropomórfica neste versículo não desmerece a presciência do Deus Todo-Poderoso nem contradiz as palavras do profeta em Malaquias 3.6 ou do texto de Tiago 1.17). Da mesma forma, não compromete o texto de Moisés em Números 23.19.
A expressão “arrependeu-se o Senhor” significa, literalmente, “mudança de atitude”, e é simplesmente uma indicação, em linguagem humana, de que a atitude de Deus para com o homem que peca é, necessariamente, diferente de sua atitude para com o homem que lhe obedece.
O texto em destaque apresenta um exemplo prático e perfeitamente aplicável. O plano de Deus, motivado por seu imutável critério de justiça, era a ruína de Nínive, por causa da extrema malícia de seus habitantes. Mas a opção pela obediência, motivada pela fé dos ninivitas na pregação de Jonas, fez que Deus mudasse de atitude. Ou seja, levou o Senhor a uma aplicação correta (em termos divinos) de sua justiça, o que foi uma demonstração de que o Pai sabe perfeitamente bem lidar com as mudanças de comportamento do homem.
No arrependimento humano, revela-se o contrário: o homem que se arrepende muda seus critérios e valores para, conseqüentemente, mudar de atitude. Com Deus é diferente. Ele muda de atitude sem jamais alterar seus critérios. Afinal, o Senhor é imutável.
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