Espiritismo. Usa este texto, entre muitos outros, para tentar justificar a mediunidade. Segundo ensina, se Saul, um rei escolhido por Deus, lançou mão desta prática, também podemos fazer isso.
Voz da Pedra Angular. Diz que Samuel apareceu em um corpo teofânico da sexta dimensão.
Resposta apologética: Em desobediência a todas as ordens divinas contrárias à comunicação com os mortos, Saul, desesperado pelo fato de Deus não estar mais lhe responder, nem por sonhos, nem por Urim, nem por profetas (v. 6), procurou uma pitonisa (médium). Durante toda a sessão, apenas a mulher vê algo e dá uma descrição vaga e imprecisa dos traços do espírito que aparece e fala com ela, o que foi suficiente para iludir Saul, que pensou tratar-se de Samuel.
A seguir, algumas das razões que demonstram fraude ou manifestação demoníaca naquela aparição:
Saul perdera a graça de Deus (15.23), por isso o silêncio do Senhor para com ele (28.6). Havia,naquela ocasião, três maneiras de Deus se comunicar com os homens: por sonhos — revelação pessoal (Jó 33.15-17); por Urim e Tumim — revelação sacerdotal (Êx 28.30); e por meio dos profetas — revelação inspirativa (Hb 1).
Não se pode entender que Samuel, um homem santo durante toda a vida, pudesse, depois de morto, prestar-se a obedecer a pitonisa — mulher abominável — , cometendo um pecado tão claramente proibido por Deus (Êx 22.18; Lv 20.27; Dt 18.19-22; Is 47.13).
Não se pode conceber que Deus tenha proibido a feitiçaria e a consulta aos mortos e, depois, permitir que a feitiçaria trouxesse o espírito de Samuel (Tg 1.17).
Em 1 Samuel 28.13, a mulher diz: “Vejo deuses que sobem da terra”. Quem eram esses deuses? Só podiam ser demônios, passando-se por espíritos de luz ou adivinhadores (2Co 11.13,14; Mc 5.9; Lc 8.30). O diabo pode transfigurar-se em anjo de luz (16.23; 2Co 11.13,14).
Os mortos não se comunicam com os vivos (Lc 16.19-31; Hb 9.27).
O resultado dessa consulta foi trágica para Saul (1 Cr 10.13). De acordo com Deuteronômio 18.20-22, as profecias devem ser julgadas. E essas do falso Samuel não resistem ao exame. São ambíguas, imprecisas e infundadas. Vejamos: Saul não foi entregue nas mãos dos filisteus (28.19), mas se matou (31.4), indo parar nas mãos dos homens de Jabes Gileade (31.11-13). Não morreram todos os seus filhos — “tu e teus filhos estareis” (28.19) — como insinua a obscura profecia. Pelo menos três ficaram vivos: Is-Bosete (2.8-10), Armoni e Mefibosete (21.8). E apenas três morreram (31.6; 1Cr 10.2-6). As Escrituras declaram que as palavras de Samuel nunca caíram por terra (3.19).
A desobediência sempre traz o juízo divino. A consulta aos mortos é proibida por Deus (Lv 19.31; 1Cr 10.13,14) e qualquer tentativa de se estabelecer contato com eles é desobediência aos preceitos divinos (V. comentário de Dt 18.10-12) e suas trágicas conseqüências não se farão esperar. O profeta Isaías nos adverte: “Quando vos disserem: Consultai os necromantes e os adivinhos, que chilreiam e murmuram, acaso não consultará o povo ao seu Deus? A favor dos vivos se consultarão os mortos? À lei e ao testemunho! Se eles não falarem desta maneira, jamais verão a alva!” (8.19,20).
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