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Eu formo a luz, e crio as trevas; eu faço a paz, e crio o mal; eu, o Senhor, faço todas estas coisas (Isaías 45.7)


Comentário apologético: Certa corrente professa um ateísmo parcial, crendo no Deus bondoso e misericordioso do Novo Testamento, mas descrendo totalmente do Deus guerreiro do Antigo Testamento. Esta modalidade de ateísmo parcial peca por desacreditar da canonicidade integral da Palavra de Deus. Parece que a principal distinção entre o juízo divino do Antigo Testamento e o seu equivalente escatológico reside exatamente na longanimidade que caracteriza o advento da graça. Ou seja, no Antigo Testamento, quando a norma não era cumprida, de imediato ocorria o julgamento e a aplicação da sentença, o que era feito por sacrifício animal ou morte do transgressor.

Já o sacrifício de Cristo, por sua longanimidade, propicia uma vida inteira de “prazos e oportunidades” para que o homem se arrependa e seja salvo. Mas o “Deus guerreiro” do Antigo Testamento promete juízo e justiça a seus inimigos, posto que nenhum dos infiéis ficará isento de culpa, o que evidencia a ira no Deus de amor e de misericórdia do Novo Testamento (Mt 25.41; Jo 3.36; Ap 21.8).

A própria Palavra também desbanca a tese ateísta ao revelar que no Deus eterno “não há mudança nem sombra de variação” (Tg 1.17). Se traçarmos um paralelo entre Isaías 44.24 e João 1.1-3 (conceito da Trindade divina), veremos que seria um despropósito enumerar distinções entre o Deus do Antigo Testamento e o Deus do Novo Testamento, como se fossem independentes e distintos.

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