Uma pobre senhora, com visível ar de derrota estampado no rosto, entrou em um armazém, aproximou-se do proprietário, conhecido pelo seu jeito grosseiro, e lhe pediu fiado alguns mantimentos, argumentando sobre a enfermidade de seu marido e sua consequente impossibilidade de prover o sustento da família.
O dono do armazém zombou dela e pediu para que se retirasse do seu estabelecimento. Pensando na necessidade da sua família, a pobre mulher implorou:
- Por favor, senhor, eu lhe darei o dinheiro assim que tiver. Mas ele lhe respondeu que ela não tinha crédito nem conta em sua loja.
Em pé, no balcão ao lado, um freguês que ouvira a conversa entre os dois, aproximou-se do dono do armazém e lhe disse que ele deveria dar o que aquela mulher necessitava para a sua família, por sua conta.
Então, o comerciante falou meio relutante para a pobre mulher:
- Você tem uma lista de mantimentos?
- Sim! - respondeu ela.
- Muito bem, coloque a sua lista na balança e o quanto ela pesar eu lhe darei em mantimentos!
Não compreendendo a proposta, a pobre mulher hesitou por uns instantes e, com a cabeça curvada, retirou da bolsa um pedaço de papel e nele escreveu alguma coisa, depositando-o, em seguida, na balança. Os três ficaram admirados quando o prato da balança, com o papel, desceu e permaneceu embaixo.
Completamente pasmo com o marcador da balança, o comerciante se virou lentamente para o seu freguês e comentou, contrariado:
- Eu não posso acreditar!
O freguês sorriu e o homem começou a colocar os mantimentos no outro prato da balança e, como a escala da balança não equilibrava, pendendo sempre para o lado do pedaço de papel, ele continuou colocando mais e mais mantimentos até não caber mais nada.
O comerciante ficou parado ali por uns instantes olhando para a balança, tentando entender o que havia acontecido, até que, finalmente, pegou o pedaço de papel da balança e ficou espantado. Não era uma lista de compras, mas, sim, uma oração, que dizia: "Meu Deus, o Senhor conhece as minhas necessidades e eu estou deixando isso em suas mãos.".
O homem deu as mercadorias para a pobre mulher no mais completo silêncio, que agradeceu e deixou o armazém.
O freguês pagou a conta e disse:
- Valeu cada centavo. Só Deus sabe o quanto pesa uma oração.
"A oração de um justo pode muito em seus efeitos" (Tg 5.16b).
© Copyright 2000-2024 Instituto Cristão de Pesquisas
Ícones feitos por Freepik from www.flaticon.com