"Sergipe" provém da palavra tupi Siri-i-pe, e significa "curso do rio dos siris", ou simplesmente "rio dos siris". Na linguagem do colonizador, Siri-i-pe transformou-se em Sergipe.
Sua história remonta à criação das Capitanias Hereditárias e as terras sergipanas, na época do descobrimento, eram habitadas por várias tribos indígenas. A única tribo que ainda sobrevive é a Xocó, que, atualmente, habita a Ilha de São Pedro, no município de Porto da Folha.
A primeira tentativa de colonização de Sergipe ocorreu em 1575, quando os jesuítas Gaspar Lourenço e João Salônio percorreram algumas aldeias. Na ocasião, a chegada do então governador Luís de Brito à região provocou a fuga dos índios.
Entre 1637 e 1645, Sergipe esteve sob domínio dos holandeses. Em 1696, consegue sua autonomia jurídica com a criação da Comarca de Sergipe. Em 1698, foram instaladas as primeiras vilas: Itabaiana, Lagarto, Santa Luzia e Santo Amaro das Brotas.
Em 1763, Bahia, Sergipe, Ilhéus e Porto Seguro foram reunidos em uma só província. Finalmente, em 5 de dezembro de 1822, d. Pedro I confirmou o decreto de 1820, que dava independência a Sergipe Del Rey. Em 17 de março de 1855, a província ganha uma nova capital. Em 1892, é promulgada a primeira Constituição do Estado de Sergipe e, em 1920, durante as comemorações dos 100 anos de Independência, foi oficializada a bandeira.
Durante uma década, o Nordeste brasileiro viveu o clima do cangaço com o surgimento do bando chefiado por Virgulino Ferreira, o Lampião. O grupo percorreu Sergipe e mais seis Estados nordestinos até 1938, ano em que Lampião foi surpreendido pela volante e morto, junto com Maria Bonita e mais nove companheiros, em seu esconderijo em Angico, no município de Poço Redondo, no vale do São Francisco.
Hoje, Sergipe é um grande Estado. Sua cultura é rica. Seus monumentos marcam, com características peculiares, uma parte da história com seus heróis anônimos e todo um sistema de vida que se baseou no trabalho escravo, na cana-de-açúcar e no gado.
Parte integrante da cultura sergipana, as festas promovidas pelo povo, em parceria com as prefeituras, demonstram a importância da identidade de seus habitantes, entusiastas natos dos eventos que espalham seus encantos pelas demais regiões brasileiras, como, por exemplo:
Trata-se de uma procissão fluvial realizada em vários municípios do Estado e acontece sempre no mês de janeiro. Há um destaque para as procissões em Aracaju, no primeiro dia do ano, em Propriá e em Neópolis, no último domingo do mês e no primeiro domingo de janeiro, respectivamente.
A procissão em Aracaju percorre o estuário do rio Sergipe. Em Propriá e em Neópolis, o do rio São Francisco.
O Pré-Caju se constitui no maior evento pré-carnavalesco do Brasil. Realizado em Aracaju, capital sergipana, com antecedência tradicional de quinze dias em relação ao início dos folguedos pelo resto do território nacional. O evento reúne um público aproximado de 300 mil pessoas nos quatro dias de duração.
Realizada em várias cidades sergipanas durante todo o ano, a programação consta de vaquejadas, exposições agropecuárias, shows e missa do vaqueiro, com destaque para as localidades de Lagarto, Nossa Senhora das Dores e Porto da Folha.
A Festa do Vaqueiro em Porto da Folha, sempre no mês de setembro, foi criada em 1969, com inspiração na captura do boi, esporte preferido dos vaqueiros nas horas de folga. Acontece da seguinte forma: os animais são soltos na caatinga, para que sejam laçados. O vaqueiro que consegue prender um dos animais é aplaudido e desfila com o boi todo enfeitado.
Talvez esta seja a característica mais rica da região, englobando um número farto de manifestações que reúnem, numa só festa, superstição, religião e variadas crenças. Entre as quais, encontramos:
Com origem ibérica, o Reisado se instalou em Sergipe no período colonial. É um tipo de dança realizada no período do Natal em comemoração do nascimento de Jesus. Envolve, ainda, homenagem aos Reis Magos.
Antigamente, o Reisado era dançado às vésperas do Dia de Reis e a festa se estendia até fevereiro, quando, também, comemorava-se o ritual do "enterro do boi". Hoje, o Reisado, que ainda é dançado, é uma manifestação livre realizada em outros eventos e em qualquer época do ano.
Uma de suas características mais marcantes é o uso de trajes de cores fortes e chapéus ricamente enfeitados com fitas coloridas e pequenos pedaços de espelho.
Festa popular de origem lusa que, ao chegar ao Brasil, transformou-se em comemoração típica que compõe o ciclo natalino. Durante a apresentação, o grupo conta a história das lutas travadas entre mouros e cristãos (cujo propósito era expulsar o mouro invasor) relatando acontecimentos marítimos. A apresentação, que termina com a abordagem dos mouros, vencidos e batizados, ocorre sempre na frente das igrejas, onde uma embarcação de madeira é montada para o desenvolvimento das jornadas.
Os trajes utilizados pelos representantes da Chegança são semelhantes aos da Marinha Brasileira. Os atores recebem patentes simbólicas, como, por exemplo, a de general, almirante, capitão, tenente, etc. Cada um deles tem uma participação especial no drama. Os mouros são representados pelo rei, pela rainha, pelos embaixadores e pelas princesas.
A coreografia é acompanhada pela percussão de quatro ou seis pandeiros que seguem o coro de vozes. O general, que comanda as evoluções, usa um apito para mudar as marchas.
Outra manifestação da arte popular sergipana, o artesanato promove uma pluralidade artística manual e é desenvolvido por pessoas simples que, com dedicação e amor, valendo-se de técnicas arcaicas, passadas de pais para filhos, criam e recriam belíssimas peças. O artesanato, hoje, é uma fonte de renda e um elemento de identidade sociocultural do Sergipe.
Os artesãos produzem as mais variadas peças. O destaque vai para a renda irlandesa, em Divina Pastora; as rendas de bilro, em Poço Redondo; e o bordado tipo Richelieu, em Tobias Barreto. Também merece destaque a cerâmica, produzida em Santana do São Francisco, Simão Dias e Itabaianinha.
Há, ainda, o artesanato de palha em Brejo Grande, Pacatuba e Pirambu. A produção de peças de papel em Cumbe. As bonecas de pano confeccionadas em Nossa Senhora das Dores. Além dos artistas que se destacam isoladamente em todo o Estado.
Sergipe fecha em si mesmo um leque muito extenso de arte e turismo, tanto para o seu povo quanto para os visitantes. Sua diversidade cultural encanta pela quantidade de histórias, lendas e superstições que enriquecem o repertório da comunidade.
A religiosidade sergipana envolve seriedade, festas e brincadeiras que, de forma alguma, afrontam a reverência desse povo às coisas que julgam sagradas ou que sejam sacras para os outros.
Católicos: 1.454.796
Sem religião: 156.316
Evangélicos: 132.102
Espíritas: 15.564
Não determinada: 2.884
Religiões orientais: 2.665
Umbanda e Candomblé: 1.229
Outras: 14.148
Capital: Aracaju
Localização: Região Nordeste
Área: 22.050,3 km² - Fonte:IBGE
Nº de municípios: 75
População total: 1.784.475 habitantes
População urbana: 1.273.226 habitantes
População rural: 511.249 habitantes
Densidade demográfica: 81,44 hab/km²
Habitante: Sergipano
Limites: Norte: Alagoas; Sul e Oeste: Bahia / Leste: Oceano Atlântico
Extensão da Costa: 173 km
Relevo: Planície Costeira e Planalto Nordestino
Clima: Tropical semi-árido e caatinga, com temperatura média em torno de 24o
Vegetação: Floresta tropical e caatinga
Rios principais: São Francisco, Sergipe, Vaza-Barris, Japaratuba, Real e Piauí
Atrações turísticas: Aracaju, São Cristóvão, Laranjeiras, Estância, Canindé do São Francisco
Atividades econômicas: Pecuária (bovinos), agricultura (laranja, coco, cana-de-açúcar), agroindústria, extração de petróleo, turismo
© Copyright 2000-2024 Instituto Cristão de Pesquisas
Ícones feitos por Freepik from www.flaticon.com