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    Suíça - Multilíngue e multicultural por excelência

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Preparado por Gilson Barbosa

A Suíça faz divisa com os países de França, Alemanha, Itália, Áustria e Liechtenstein, e possui quatro idiomas nacionais: alemão, italiano, francês e romanche.

Em linhas gerais o povo suíço é pacífico, amável e condescendente. Suas cidades são limpas, modernas e prósperas. Quatro elementos nos remetem de imediato à Suíça: os bancos, os queijos, os relógios e, é claro, o chocolate. Sua alta carga cultural e seu desempenho mundial são projeções de um passado remoto. Comecemos por sua história.


História


Muito antes de instituir-se, o território suíço era habitado pelas tribos celtas. Após a região ser dominada pelo exército romano - subalternos de Júlio César - várias incursões de povos bárbaros começaram a efetuar-se por volta do terceiro século. Os burgúndios e os germanos instalaram-se ao norte e oeste deste território. Dessa forma, quando os francos conquistaram o espaço dominado pelos burgúndios e germanos, integrou esses dois povos fundindo-os em um só império. A união territorial desses povos passaria mais tarde a ser dominada pelo Sacro Império Romano-Germânico.

Nesse ínterim, a decadência autoritária do Sacro Império deu margem às independentes famílias, donas de extensas propriedades de terras, que, para atender a demanda comercial da Europa ocidental, edificaram cidades visando atender os mercadores que necessitavam de repouso. Entre essas famílias estavam os habsburgos, os savóias e os zähringen.

Nesse período consolidam-se os distritos (cantões) de Uri, Schwzy e Unterwalden por meio do empreendimento dos francos. Contudo, era necessário livrar-se do domínio dos Habsburgos, o que ocorreu quando os suíços derrotaram este exército na Batalha de Morgaten (1315). A ação foi um acordo realizado entre os representantes dos cantões supracitados, formulado na Carta de Aliança, em Agosto de 1291. Esse fato tornou independente a Confederação Suíça.

O reconhecimento da independência suíça, por parte dos europeus (Suíça localiza-se na Europa Central), aconteceu por meio do Tratado de Westfália, em 1648. Em 1848, motivados por reformas políticas, os suíços produziram uma Constituição Federal. Berna foi eleita a capital da Suíça e a sede do governo executivo e legislativo. Outras cidades importantes são: Lausane (sede do poder judiciário), Zurique, Genebra e Basiléia.


Geografia


O principal destaque da geografia da Suíça são os Alpes, a série de montanhas que cruzam o país desde a França até à Áustria. O ponto mais alto dos Alpes suíços é o pico de Dufour, com 4.634 metros. As montanhas são contempladas por incontáveis vales, alguns dos quais com glaciares. Como conseqüência, muitos dos principais rios europeus têm a sua nascente na Suíça - por exemplo, o Reno e o Ródano. O país também possui vários lagos, como o Lago Genebra, o Lago Zurique, o Lago Neuchatel, o Lago Lucerna e o Lago de Constança.

O clima suíço é em geral temperado, mas as variações regionais são grandes, das rigorosas condições nas altas montanhas ao agradável clima mediterrâneo no extremo sul.


Economia


Apesar de ter poucos recursos naturais, a Suíça figura entre as nações mais prósperas do mundo, com baixa taxa de desemprego e inflação.

A maioria dos empregos concentra-se no setor terciário. Esse setor compreende a prestação de serviços comerciais, pessoais e comunitários, como, por exemplo, as atividades financeiras (bancos, turismos), os entretenimentos (cinema, esportes) e também o comércio de produtos em geral.

Os bancos, o turismo e os estudos de engenharia são fontes de grande prosperidade. O decréscimo econômico fica por conta dos setores secundários e primários, contudo, empresas como a Roche (farmacêutica), a Swatch (relógios) do setor secundário e a Nestlé (alimentício) do primário, figuram imponentes no cenário mundial do mundo business.


A Reforma Protestante


A importância dos reformadores pode ser contemplada visitando o Parque dos Bastiões, localizado no antigo jardim botânico, onde há fontes, estátuas e monumentos de seus expoentes. Nele foi construído, no início do século XX, o Muro dos Reformadores, em homenagem às grandes figuras do protestantismo. As estátuas edificadas são dos seguintes reformadores: Guilherme Farel, João Calvino, Theodoro de Beza e João Knox. Para não sermos prolixos, comentaremos somente sobre Zwínglio e Calvino, que mais tiveram relação com a Suíça.


Huldreich Zwínglio (1484-1531)

Foi fundamental o papel de Zwínglio, erudito, democrático e sincero, na libertação da Suíça das garras do papa. Filho de um camponês próspero, estudou música, filosofia escolástica e assuntos humanísticos. Seu pai foi fazendeiro e juiz. Depois de freqüentar a Universidade de Viena Zwinglio, foi, em 1502, para a Universidade de Basiléia, onde se bacharelou em Artes, recebendo o grau de mestre dois anos depois. Tinha Erasmo como ídolo e apreciava as ciências humanas.

Em 1519, foi convidado para pastorear em Zurich. Nesse ano, uma epidemia de peste bubônica e o contato com as idéias luteranas levaram-no a uma experiência de conversão. Zwinglio levantou a primeira bandeira da Reforma quando declarou que os dízimos pagos pelos fiéis não eram exigência divina, mas questão de voluntariedade. Isso abalou as bases financeiras do sistema romano. Em 1522, o reformador, estranhamente, se casou às escondidas com a viúva Anna Reinhard. Mas só em 1524 legitimou publicamente esta união, manifestando a todos a ruptura de seu voto celibatário.

É interessante mencionar seu envolvimento em uma discussão com os católicos romanos e com o próprio Lutero. Zwínglio negava a presença real de Cristo no sacramento da eucaristia, crença defendida por Lutero. Em 1529, os dois tentaram reconciliar suas opiniões, mas sem sucesso.

Zwínglio atuou como capelão na batalha de Kappel, em Zurich, Suíça, e, como conseqüência, foi morto pelas tropas católicas em outubro de 1531, no campo de combate.


João Calvino (1509-1564)

Nasceu na cidade francesa de Nóyon, na Picardia, em 1509. Converteu-se ao protestantismo em 1557. Sem encontrar possibilidades de uma reforma religiosa em Paris, mudou-se para Suíça, local em que escreveu sua obra mais famosa: A instituição da religião cristã. Aponta-se que provavelmente nenhum livro publicado no século XVI tenha produzido efeitos tão abrangentes. Por causa de sua presença no país, mais precisamente em Genebra, a Europa religiosa voltou seus olhos para lá e, de fato, Calvino contribuiu, e muito, para dar à cidade uma feição cosmopolita.

O ensino calvinista floresceu na Universidade e na Academia por ele fundadas, em 1559. A literatura impressa em Genebra inundou a Europa mediante o mercado livre, sendo vendida clandestinamente. Os livros e os folhetos observavam um formato especial, para que pudessem ser transportados sem que fossem descobertos.

Calvino era de opinião de que o Estado não deveria interferir nos assuntos da Igreja, ainda que tivesse de fazer tudo aquilo que estivesse ao seu alcance para ajudá-la. Da mesma forma, a Igreja também não deveria interferir nas questões do Estado.

Morreu em 1564 e seu enterro se deu de forma sigilosa (ninguém sabe onde está seu túmulo). Indubitavelmente, Calvino foi o responsável pela criação de um dos mais importantes movimentos religiosos e políticos da história mundial.


Cultura



Educação

O país é a mãe de grandes nomes da pedagogia e da filosofia. São seus filhos ilustres o filósofo Émile Durkheim, e os pedagogos Jean Piaget e Johann Heinrich Pestalozzi.

Durkheim acreditava que a sociedade seria mais beneficiada pelo processo educativo. Para ele, "a educação é uma socialização da jovem geração pela geração adulta". E quanto mais eficiente for o processo, melhor será o desenvolvimento da comunidade em que a escola esteja inserida.

Piaget foi um biólogo e psicólogo com enorme produção na área de educação, professor de psicologia na Universidade de Genebra de 1929 a 1954, conhecido principalmente por organizar o desenvolvimento cognitivo em uma série de estágios.

Pestalozzi foi um dos pioneiros da pedagogia moderna, influenciando profundamente todas as correntes educacionais, e longe está de deixar de ser uma referência. Fundou escolas, cativava a todos para a causa de uma educação capaz de atingir o povo, num tempo em que o ensino era privilégio exclusivo.


Teatro

O teatro faz parte da antiga e rica tradição suíça. Cidades como Basiléia, Berna e Zurique possuem vastas produções de peças teatrais. Há até produções ao ar livre, apesar do clima variável e inflexível.

Os teatros podem ser de grandes proporções, com grandes produções, incorporando em suas peças orquestras e até corpo de balé ou, pequenos teatros espalhados pelo país com repertórios clássicos, comédia ou produções paralelas.

As peças são de natureza lingüística e regional, contudo, há também dramaturgos suíços de renome mundial, como por exemplo, Friedrich Dürrenmatt.


Música

Durante o verão são realizados festivais de música clássica ao ar livre. O gênero mais difundido é o jazz, que conta com festivais de grande envergadura (Montreux, Lugano e Willisau) e uma escola específica em Berna.

Há suíços bem conhecidos no mundo da música clássica: Othmar Schoeck e Arthur Honegger produziram excelentes composições e foram respeitados compositores.

Ernest Ansermet (1883-1969) fundou a Orchestre de la Suisse Romande e a Orquestra Nacional de Buenos Aires. Regeu a orquestra suíça de 1918 até 1967.

Charles Dutoit e Mathias Bamert prosseguiram à tradição dos maestros suíços em orquestras de projeção internacional.


Pintura

Ferdinand Hodler (1853-1918) é contado, por vários historiadores da arte, como figura embrionária da pintura suíça. Altos preços são alcançados em leilões pelos seus trabalhos, que datam do final do século XIX e início do século XX.

Indiscutivelmente, outro pintor de grande vulto da arte moderna suíça foi Paul Klee (1879-1940). Nasceu e cresceu na Suíça, porém, durante boa parte de sua vida morou na Alemanha e ensinou na famosa escola Bauhaus. Incompatível ao sistema nazista, retornou à Suíça no decênio de 1930.

Recentemente, foi construído na cidade de Berna, em homenagem ao pintor, um portentoso memorial: o Centro Paul Klee. Sua inauguração aconteceu em 20 de junho de 2005, pontualmente às nove horas da manhã, quando foram abertas as portas às visitas públicas.

É dele a famosa frase: "A arte não reproduz o visível; ela torna visível".


Culinária

É regada a queijo, chocolate e pão. Quase toda a população come salada e vegetais regularmente, tudo para uma alimentação saudável. Carne, tirando lingüiça, não é muito consumida devido aos altos preços. Fondue, raclette (batata e queijo) ebratwurst (lingüiça de frango com pão) são os principais alimentos típicos. Todos os produtos derivados de leite (queijo, iogurte, chocolate, sorvete...) na Suíça são muito saborosos e apreciados no país.


Transporte

A bicicleta é um dos meios de transporte mais usados no país. Quase todas as cidades possuem ciclovias e estradas feitas exclusivamente para bicicleta. O carro também é muito usado, mas a preferência nacional é o transporte público, feito por ônibus e/ou bondes para curtas distâncias e por trem para distâncias entre cidades. O trem, aliás, é o transporte mais comum em toda a Europa para ligar uma cidade à outra.


A Suíça é o país que mais tem museus em relação à população: um para cada 9 mil habitantes. São mais de 600!


Festa nacional


A Festa Nacional faz parte do grande acervo cultural do país. É o equivalente do dia da independência, comemorado no Brasil em sete de setembro. A data comemorativa, na Suíça, foi fixada em 1 de agosto. Anualmente, no dia da celebração da festa, o presidente do conselho federal faz um pronunciamento em canal público de televisão. A data é aproveitada para discursos políticos, com apresentações de seus novos projetos e apresentações de cantores.


O Conselho Mundial de Igrejas (CMI)


Esse órgão tem sido motivo de inúmeras críticas engendradas pelas denominações conservadoras. O Concílio Mundial de Igrejas (CMI) agrega em si um vasto número de protestantes em nível internacional. Sua sede fica em Genebra e congrega mais de 340 igrejas e denominações em seu rol de membros. Essas igrejas e denominações representam mais de 400 milhões de fiéis, presentes em mais de 132 países. O atual secretário geral do CMI é Samuel Kobia. A maioria dos membros é de igrejas protestantes e liberais.


Panorama religioso


Muitos países europeus têm se distanciado da religião. Esse quadro retrata a mesma situação na qual se encontra a Suíça. Para muitos suíços, a religião não tem tanta prioridade quanto a cultura, o trabalho, a família, o lazer, etc. Pesquisas (2000) mostram que 16% dos suíços declaram não reconhecer a religião como algo "importante".

Segundo as estatísticas, 38,5% dos católicos não freqüentam as missas e cerca de 50,7% dos protestantes já não vão mais às igrejas. Em relação aos demais credos, o destaque fica por conta do aumento considerável da religião islâmica (cerca de 300 mil).

Precisamos levantar a Deus um clamor pela Europa e, mais especificamente pela Suíça, pois, a situação espiritual que outrora era louvável foi drasticamente revertida. Louvamos a Deus pelas várias igrejas evangélicas ali existentes e intercedemos a Deus para que os embaixadores de Cristo na suíça prossigam na tão árdua tarefa que é tornar o evangelho da paz notório num mundo tão materialista.


O turismo suicida


A legislação suíça permite a eutanásia, o que tem contribuído para que estrangeiros cruzem a fronteira a fim de dar cabo em suas vidas. Existe até uma empresa - Dignitas - que anda lucrando muito com o "negócio". Estima-se que em 2005, a empresa realizou 138 suicídios assistidos. A empresa efetuou, desde 1998, quando foi fundada, 453 suicídios.

"Na Suíça, 10% dos suicídios que acontecem por ano (entre 1.300 e 1.400), são "assistidos" por outra pessoa, uma prática permitida pela lei do país e punida apenas se o 'ajudante' agir 'por motivos egoístas'". Segundo a lei do país, a pratica deveria ser aplicada apenas aos doentes terminais, mas só para mencionar um exemplo, há evidências de que em 2005 foi aplicada a eutanásia em uma mulher que havia falsificado um diagnóstico, para se encaixar no perfil de doente terminal.


Religião


Protestantes: 35,3%

Catolicismo Romano: 41,8%

Outros grupos cristãos: 0,4%

Islamismo: 4,3%

Budismo: 0,3%

Judaísmo: 0,2%

Hinduísmo: 0,4%

Outras religiões: 0,1%

Religiões não declaradas: 4,3%

Sem religião: 11,1%


Dados gerais


Continente: Europa Central

Capital: Berna

Área: 41285 Km2

População: 7,4 milhões

Nacionalidade: suíço

Idiomas: alemão, francês, italiano e romanche

Governo: parlamentarismo

Economia: franco suíço (1 franco suíço equivale a aprox. R$ 1,74)


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Avenida Paulista, 1754, 4º andar

São Paulo - SP

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Tel.: (11) 3372-8200 / Fax: (11) 3253-5716

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Embaixada da Suíça


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Referências:

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http://www.swissinfo.org/

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