O Paquistão é o mais extraordinário dos sete "stão" da Ásia. É a segunda nação muçulmana mais populosa do mundo. A primeira é a Indonésia. Hoje, o Paquistão representa um perigo eminente ao mundo, pois possui armas nucleares e sempre "bate-boca" com a Índia, por causa da região de Caxemira. A violência faz parte de sua política interna, com conflitos étnicos e agressiva rivalidade entre os sunitas (majoritários) e os xiitas.
A república islâmica do Paquistão é dominada, desde 1999, por uma ditadura militar. A crise asiática de 1997, que enfraqueceu sua economia, agravou ainda mais a situação do país após 11 de setembro, com a vinda dos refugiados do Afeganistão.
A maioria da população se concentra na região rural, de difícil acesso, pois é montanhosa. Lá, cultivam algodão em pluma, arroz, trigo, milho e cana-de-açúcar. Na pecuária, búfalos, ovinos, caprinos e aves. As forças industriais vêm crescendo com o surgimento de fábricas têxteis e de outras no ramo alimentício.
Apesar de possuir recursos naturais, como gás natural, carvão e petróleo, a renda per capital gira em torno de 470 dólares. Caminhando para 150 milhões de habitantes, somente 50 milhões representam a classe de trabalhadores ativos do país. Mais de 85 % da população sofre com a mortalidade infantil e a expectativa de vida é de 63 anos para homens e 65, para mulheres. Os paquistaneses não possuem controle de natalidade. A maioria das famílias tem mais de cinco filhos.
De julho a agosto, o clima é mais agradável. De novembro a fevereiro, são registrados, normalmente, entre 15o e 17o, mas, à noite, a temperatura é abaixo de zero. As cidades de Peshawar e de Quetta, e a área montanhosa de Indu Kush, têm terremotos freqüentes.
As instalações sanitárias são precárias. Não há, nas zonas rurais, assistência médica. Nos centros urbanos, a opção é recorrer às instituições médicas privadas. Os surtos de cólera, febre tifóide, disenteria, febres virais, hepatite B e malária são freqüentes durante o verão. É recomendável a vacina contra a hepatite, tétano e febre tifóide e a ingestão de medicamentos contra a malária, bem como o uso de repelentes, devendo-se evitar o contato com águas paradas e comer saladas cruas e marisco. O consumo de água engarrafada importada é recomendável.
Saídas noturnas e visitas solitárias a parques e montanhas circundantes à capital e à cidade vizinha de Rawalpindi são arriscadas. É melhor chegar ao aeroporto da cidade de Karachi durante o dia, sendo importante, após a chegada, buscar informações sobre as restrições impostas pelas autoridades locais quanto às deslocações terrestres a certas partes do território. É aconselhável que os visitantes residentes ou visitantes de longa duração façam inscrições no consulado.
Durante o ramadã, faz-se necessária a discrição no vestuário, tanto masculino como feminino. Deve-se também evitar comer, beber e/ou fumar em público durante o dia. O tráfico e posse de droga são fortemente penalizados. O infrator pode sofrer pena de morte. A importação de bebidas alcóolicas e de derivados da carne de porco é proibida.
Problemas com as comunicações internacionais são constantes. O sistema de aluguel de telefone celular está disponível. O usuário paga por mês. A utilização da Internet é muito difundida. É fácil encontrar, nos centros urbanos, "cyber-cafés". As instituições bancárias fecham às 12h, às sextas-feiras. Nos demais dias da semana, encerram às 16h. As casas de câmbio têm horários mais flexíveis: ficam abertas até as 20h, inclusive no sábado. Os cartões de crédito internacionais são aceitos nos grandes centros urbanos, podendo ser usados em bons hotéis, lojas de turismo e restaurantes. Nos mercados rurais, as compras são pagas em dinheiro.
Se o turista for norte-americano é bom ficar de "boca fechada", pois os fundamentalistas islâmicos fomentaram o ódio contra os EUA, dizendo que a campanha americana contra o taliban e Osama Bin Laden é mais um item na lista de atentados contra o Islã.
Durante a guerra fria, os EUA foram os mais importantes aliados do Paquistão. Muitos paquistaneses, provavelmente, respeitam seu antigo amigo, mas esta "amizade" corre risco cada vez maior, pois o país caminha rapidamente em direção a um futuro arriscado devido às armas nucleares.
Além dos problemas internos, de valores étnicos e religiosos, o governo do Paquistão preocupa-se com a formação islâmica de seus habitantes. Ou seja, a maioria das escolas possui em seu currículo o ensino do islamismo fundamentalista, principalmente na fronteira com o Afeganistão.
As madrassas (como são chamadas as escolas com forte ensino islâmico) existem desde os primeiros séculos do islamismo, no entanto, só ganhou força durante a guerra fria e a revolução iraniana de 1979. Segundo estatísticas da ONU (Organização das Nações Unidas), "essas escolas são patrocinadas por membros da alta sociedade islâmica de todo o mundo". O governo tem tentado amenizar este problema colocando outras disciplinas nos currículos, como, por exemplo, história, geografia e ciência. Contudo, só 10% das escolas aceitam este novo currículo.
O ensino fundamentalista, que ficou conhecido nos últimos anos por intermédio dos talibans - milícia que governou o Afeganistão até sua tomada pelos dos EUA - teve sua origem no Paquistão. Estas escolas fundamentam seus ensinos no alcorão, e dizem que a terra santa pertence ao povo árabe. Pregam a morte por amor a Alá. A Jihad, guerra santa, é um lema para os fundamentalistas, por isso a situação internacional do Paquistão é extremamente delicada. Conforme o FBI (Federal Bureau of Investigation) disse: "A maioria dos terroristas fundamentalistas são ensinados a morrer em favor de Alá nas escolas do Paquistão e Síria, que financiam e dão apoios logísticos aos atentados suicidas".
Por esse motivo, as madrassas são consideradas escolas do terror, pois estimulam o ódio contra os seguintes povos: Israel, cristãos e norte-americanos.
O vale é circundado pelas mais altas montanhas do mundo, o K2, é verde e densamente povoado. Parte do território, 45%, está nas mãos da Índia, um terço, 33%, é controlado pelo Paquistão e o restante é de domínio Chinês, que também está sendo reivindicado pela Índia.
A região possui uma maioria religiosa mulçumana que não aceita o domínio indiano de religião hinduísta. Na verdade, o que eles querem é uma autonomia em relação à Índia e ao Paquistão. Existem mais de dez grupos separatistas mulçumanos lutando por este objetivo. Nem todos estão armados, mas o número de separatistas tem aumentado nos últimos anos.
Mais de trinta mil pessoas já morreram nos conflitos que envolvem os exércitos dos dois países e guerrilheiros separatistas. Segundo o governo indiano, estes grupos recebem apoio financeiro do Paquistão, que diz apenas ampará-los politicamente.
A religião se mistura com a cultura e os costumes do cotidiano do Paquistão. Os jovens paquistaneses não têm como lutar contra as imposições feitas pelo islã. Para Sharif Shuja, professor de relações internacionais da Universidade Bond, na Austrália: "Sem dúvida, o extremismo religioso está ligado às frustrações sociais, principalmente entre os mais jovens, pois os países islâmicos têm economia fraca, analfabetismo e desemprego crescente".
Assim, não resta muita coisa para se fazer, a não ser aceitar as imposições culturais e religiosas impostas pelas madrassas. Isto, no entanto, não quer dizer que o povo paquistanês não demonstra nenhuma alegria de vida, pois, nas épocas de festas, eles dançam e se alegram entre si, mas tudo é voltado à fé no Islã.
É fácil achar nas ruas de Islamabad, capital do país, empolgados vendedores. O Paquistão mistura o Ocidente como o Oriente. Eles possuem muitos fast foods - franquias norte-americanas e de outros lugares do mundo.
Os paquistaneses, em sua maioria, cerca de 77%, são mulçumanos sunitas. Os muçulmanos xiitas são 20%, aproximadamente. Cristãos ou hinduístas somam apenas 3% da população. E é aí que mora o perigo, pois os fundamentalistas não gostam de jornalistas nem de missionários. Nos últimos anos, dezenas de jornalistas e missionários foram mortos no Paquistão. O governo omite estas informações. Age dessa forma por questões internacionais.
Muçulmana / 96,08 / 150.349.015
Cristã / 2,31 / 3.614.761
Hindu / 1,50 / 2.347.247
Bahai / 0,06 / 93.890
Outros / 0,03 / 46.945
Tradição Étnica / 0,02 / 31.297
A historiadora Maria aparecida de Aquino, da USP, define bem a situação dos fundamentalistas islâmicos. Para ela, "num ambiente de carência social e autoritarismo político a religião funciona como válvula de escape".
Perto do mar da Arábia, na cidade de Karachi, existe um povo muito carente: os Baluquis, cuja origem, provavelmente, remonta ao império do rei Dario, da época do profeta Daniel. Os Baluquis são conhecidos como pessoas honestas e demonstram grande afeição pelos outros grupos étnicos do Paquistão.
Pssuem uma cultura seminômades e, às vezes, isso se torna um problema, quando principalmente têm de emigrar para outras cidades. A maioria não sabe ler nem escrever e, por esse motivo, os Baluquis são menosprezados pelos mulçumanos.
Embora sejam islâmicos suni, sua religião, no entanto, está desligada do Estado. Em suas comunidades, os líderes religiosos só se ocupam com assuntos religiosos e os líderes políticos não se intrometem nas questões religiosas.
Na fronteira com o Afeganistão existe um povo chamado Kalahas, cuja cultura é muito parecida com a do povo afegão. A única diferença é que não foram conquistados pelos mulçumanos.
Este detalhe, aparentemente secundário, teve conseqüências significativas para os Kalashas, pois continuaram isolados nos vales com sua forma de vida tradicional e suas antigas crenças religiosas. São famosos por suas técnicas de construções e estilos arquitetônicos.
Vivendo em povoados nas encostas escavadas nos montes, cerca de 2.000 metros de altitude, cada aldeia está cercada de terras cultivadas, pastos e ribeiros que nascem nas montanhas. Combinam a agricultura com a criação de gado, mudando de pastagem de acordo com a estação. As mulheres cuidam das plantações e os homens pastoreiam os animais.
Aos Kalashas professam a religião animista, apenas 1% é cristão.
Povos ligados aos Panjabis: 56,4%; Panjabi, 75 mil; Saraiki, 15 mil; Hindko, 5,8 mil; Dogri, 840.000. Planícies do norte, politicamente dominantes.
Povos do deserto Sindhi: 11,8%; 18,5 m no sudoeste.
Mohajirs: (falam urdu) 7,6%. Imigrantes muçulmanos indianos no período da independência. Principalmente Karachi e Hyderabad.
Povos do norte: 2%. Diversos grupos menores. Maiores: Khowari (Chitrali), 370.000; Shina, 400.000; Kohistani, 260.000; Cashmir,140.000; Torwali, 90.000.
Povos tribais de Sindhi: 1%. 14 grupos; maiores: Koli (4), 288.000; Bagri, 276.000; Marwari Bhil, (Dhatki, 3) 256.000; Meghwar Bhil, 220.000.
Patanes: 13,1%. Falam pushtu (pashtun), dois grupos principais: Pakhtun, principalmente paquistaneses, 8,1 m; Pashtun, principalmente afegãos - muitos refugiados, 12,3 m, que se estendem até a fronteira com o Afeganistão.
Baluquis: 4,2%. 6,7 m, no oeste.
Persas: 1,2%. Tadjique, 1.450.000; Dari/Hazara, 340.000; Iranianos, 40.000; Wakhi, 25.000; Parse, 7.000.
Dravidianos: 1,6%. Brahui, 2.6m, vivendo entre os Baluques.
Tibetanos: 0,5%. No extremo norte e na Caxemira: Baltico-Purik, 800.000.
Outros: 0,6%. Uzbeques, 640.000; Árabes, 155.000.
O aperto de mãos é o cumprimento comum, embora com um aperto mais gentil do que o usado pelos ocidentais. O homem ocidental deve procurar não tocar ou apertar as mãos de uma mulher paquistanesa, a menos que ela ofereça a mão.
É costume ser saudado com uma oferta de café, chá ou refresco. O costume é aceitar sempre; do contrário, você pode ofender seu anfitrião.
Coma apenas com a mão direita, pois a esquerda é usada para a higiene do corpo e é considerada impura.
Dois homens podem ser vistos andando de mãos dadas. Não é nada além de um sinal de amizade.
Evite fotografar mulheres paquistanesas, pelo menos sem pedir permissão de antemão.
A sola do sapato é considerada baixa e suja; portanto, evite apontá-la ou mostrá-la a outra pessoa.
Olhar fixamente é comum na cultura paquistanesa. Não se sinta ofendido se você se vir como objeto de um olhar fixo.
Um gesto obsceno no Paquistão é o punho cerrado.
Come-se com os talheres ocidentais. Use o garfo na mão esquerda para empurrar comida para a colher, que fica na mão direita.
Os ônibus públicos são sabidamente lotados, com contato físico, empurrões e puxões.
Os paquistaneses estão acostumados a comer pães feitos com farinha de trigo. O trigo representa cerca de 90% dos alimentos. Dos 10% restantes, 7% são lentilhas ou feijões, necessários para o fornecimento de proteínas, e 3% são óleos vegetais, essenciais para uma refeição balanceada.
Província de Azad Kashmir, áreas do norte.
Província da fronteira do noroeste para além da zona fronteiriça com o Afeganistão. Os turistas devem circular com muita precaução no resto do território, evitando as cidades de Lahore, Multan e Karachi.
Karachi, Islamabad, Lahore, Peshawer e Quetta
Negócios, em 72 horas.
Turismo, em uma a duas semanas.
Diplomático e oficial, em duas semanas, com validade de noventa dias prorrogáveis junto às autoridades locais.
É obrigatória a vacina contra a febre amarela para pessoas procedentes da África e da América Latina.
Não existem restrições na entrada e saída de divisas.
País: Paquistão
Sua língua: baluqui oriental
População: 1.735.000
Maior religião: Islamismo Suni
Cristãos: 0%
Escrituras disponíveis em sua língua: NT
Evangélicos (deste povo no país): 0 (0%)
País: Paquistão
Sua língua: kalasha
População: 5.000
Maior religião: animista
Cristãos:1%
Escrituras disponíveis em sua língua: Sem dados
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