Dentre os resultados do Censo realizado em 2000, divulgado em maio de 2002, consta o número de cada grupo religioso em todo o Brasil. É verdade que os números, simplesmente, são frios em suas informações e, levando-se em conta que nós, brasileiros, não estamos acostumados a planejar nossas atividades, essas estatísticas podem até passar despercebidas, porém, vale a pena uma pausa para refletir a respeito. Vejamos, no quadro abaixo, algumas informações interessantes.
73,8% - CATÓLICOS
15,4% - EVANGÉLICOS
7,3% - ATEUS
3,5% - OUTRAS RELIGIÕES
Fica claro para o leitor que o catolicismo predomina no quadro acima com 73,8%. Na seqüência, encontramos os evangélicos, com 15,4%, logo em seguida, os ateus, com 7,3%, e os demais grupos somam apenas 3,5 % da população.
Analisando esses grupos como se fossem um grande mercado consumidor, não de material religioso, mas de alimentos, qualquer consultor empresarial indicaria como mercado de maior potencial o segmento mais numeroso. Na visão empresarial, seria absurdo investir primeiro no menor grupo: o de outras religiões, com 3,5%. A primeira etapa do trabalho, uma vez determinado o maior nicho de mercado, seria conhecer as características desse grupo, por exemplo: cultura, hábitos, escolaridade, idade, entre outras coisas, a fim de conseguir o melhor resultado no menor espaço de tempo, justificando o investimento feito.
Mas vamos voltar à análise religiosa, que é o assunto em pauta. Ora, fica claro, após essa comparação, que precisamos investir na evangelização dos católicos. Ocorre que os católicos também são considerados sociologicamente cristãos, porém, classificados por nós como “cristãos nominais” devido à falta de obediência à Palavra de Deus e pelas heresias que se infiltraram no romanismo no decorrer da história. Já os evangélicos são classificados como “cristãos autênticos”, embora já exista em nosso meio vestígio do nominalismo, porém, para efeito didático, usaremos essa classificação.
O trabalho do grupo de cristãos autênticos é levar os nominais ao cristianismo verdadeiro. Encontramos grandes vantagens dentro desse contexto, pois sabemos que os católicos trazem consigo grande parte das doutrinas bíblicas defendidas pelos cristãos autênticos, mas não as obedecem. Trata-se mais de discipulado do que evangelização, até porque, no sentido mais amplo de evangelização, os brasileiros já foram evangelizados, ainda que superficialmente.
Ocorre agora uma pergunta de fundamental importância para a nossa reflexão: nós, os evangélicos, estamos preparados para discipular pessoas? Discipular é sinônimo de ensinar, e só ensina quem sabe, quem já aprendeu. Nossas igrejas estão de fato investindo na educação religiosa (ensino genuíno da Palavra de Deus)? Sabemos que, pela constituição brasileira, o governo deve investir 20% da arrecadação dos impostos no ministério de educação.
Será que os nossos líderes estão investindo pelo menos esse porcentual da arrecadação de dízimos e ofertas das igrejas que pastoreiam para que seus membros possam de fato exercer o discipulado? É claro que não devemos nos esquecer do grupo minoritário, ou seja, o de outras religiões, pois o nosso Mestre nos ensinou que o verdadeiro pastor é aquele que deixa noventa e nove ovelhas no aprisco e sai em busca de uma única ovelha. Que Deus nos dê sabedoria para enxergarmos a grande oportunidade de discipular os milhares de cristãos nominais que convivem conosco no nosso dia-a-dia.
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